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Canaviais viram moradia de onça-parda na região de Ribeirão Preto (SP)

3 de junho de 2014
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As aparições de onças-pardas nos centros urbanos pode ter relação com a forte produção agrícola existente no entorno dos municípios.

No caso da onça que circulou pela zona sul de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) no mês passado, a ligação pode ser com as lavouras de cana-de-açúcar, principal atividade agrícola da região.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

“É principalmente na época da colheita [de cana], quando o fogo ou as colheitadeiras atuam, que os animais fogem assustados e entram na área urbana”, disse o diretor do bosque-zoológico de Ribeirão Preto, Alexandre Carvalho Gouvêa.

A bióloga da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), Renata Miotto, concorda.

Para ela, as suçuaranas, como são também conhecidas as onças-pardas, acostumaram-se a encontrar alimento, como tatus, por exemplo, nas lavouras.

Assim, o animal passou a frequentar, cada vez mais, estas áreas de cultivo que estão mais próximas às cidades do que as áreas de mata nativa.

“O animal sai da mata, cada vez menor, e passa a viver nos canaviais”, afirmou.

Na época do corte da cana-de-açúcar, por exemplo, além de serem afugentadas pela movimentação, a onça também busca as áreas urbanas para encontrar esconderijos, de acordo com Renata. “A onça evita áreas expostas.”

Em duas décadas na direção do zoológico de Ribeirão Preto, Gouvêa afirmou ter acompanhado o resgate de seis onças-pardas.

Uma destas, resgatada há cerca de um ano e meio, foi acidentalmente mutilada por uma colheitadeira agrícola. “Infelizmente, não conseguimos salvar o animal”, disse.

O último resgate em Ribeirão Preto foi realizado no dia 20 de maio, quando um animal entrou em uma loja de veículos e subiu em uma árvore na zona sul da cidade.

Segundo Gouvêa, era um animal macho com idade estimada de 18 meses e que pesava cerca de 25 quilos.

Após o resgate, a onça ficou abrigada por um dia no zoológico municipal e foi solta na natureza na sequência.

“Quanto menos o animal de vida livre ficar em cativeiro, melhor”, disse Gouvêa.

Fonte: Nova Cana

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