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Zoológico para quê?

3 de abril de 2014
2 min. de leitura
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A NOSSA FAUNA ABANDONADA

Foto: Divulgação / Projeto GAP
Foto: Divulgação / Projeto GAP

Na sexta-feira passada, 28 de março, uma equipe da Polícia Ambiental local se apresentou no Santuário de Sorocaba com um macaco Bugio ferido. Tinha sido resgatado por populares e levado a uma clínica de cães, onde prestaram os primeiros socorros, porém não tinham como ficar com ele. A Polícia ligou para o Zoológico e negaram o recebimento, alegando que não tinha espaço.

Este drama é diário no país. Os zoológicos negando-se a receber espécies da fauna brasileira, deslocados do seu habitat natural pela ação criminosa do desmatamento. Para que então serve um zoológico, que é sustentado com o dinheiro de todos nós, contribuintes?

A Polícia Ambiental não tem autoridade para forçar que uma entidade pública cumpra com seu dever social, de cuidar de nosso meio ambiente? Algo está muito errado na cabeça de nossas autoridades municipais, estaduais e federais, que têm dado as costas para o grave problema que acontece neste país continental com a maior biodiversidade do Planeta.

Foto: Divulgação/ Projeto GAP
Foto: Divulgação/ Projeto GAP

Os zoológicos têm dinheiro para importar girafas, tigres brancos, gorilas, mas não têm nem dinheiro, nem vontade, para acolher um simples e pequeno bugio, que precisa dramaticamente de ajuda?

Agora, mais do que nunca, se faz necessário que todos os zoológicos brasileiros abandonem o seu fim de divertir e entreter os humanos e se concentrem em cuidar e salvar vidas de nossos animais, que estão sendo aniquilados pela sanha de incorporadoras e empreiteiras que veem a terra como uma fonte de lucro milionária e a mata como seu obstáculo para almejá-lo; se concentram em destruir as árvores, desalocam centenas de espécies que lá se refugiam e sobrevivem, apavoradas com o barulho das máquinas destruidoras de florestas, assim como com as queimadas que arrasam quilômetros de vida silvestre.

NOTA:
O Bugio que se encontra sob nossos cuidados era de uma área em Ibiúna, do tamanho de 13 campos de futebol e que está sendo desmatada aceleradamente por uma empresa de terraplenagem, contratada por uma incorporadora imobiliária. Agora a área está embargada, mas o dano está feito, centenas de animais pereceram e este pequeno Bugio, talvez, seja o único sobrevivente.

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