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Zoológico de Taboão da Serra aprisiona e negligencia animais

7 de março de 2014
4 min. de leitura
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Por Stephanie Lourenço (da Redação)

zoo

Um grupo de ativistas de direitos animais, liderado pela ONG C.I.A Compaixão, irá realizar no domingo (9), às 12h, uma manifestação em frente ao Zoológico Parque das Hortênsias, em Taboão da Serra (SP). Entre as reivindicações, a principal é a retirada imediata dos animais do local. Os animais estão estressados e morrendo, por isso a organização afirma que o resgate deve ser feito com urgência. “O Parque é ótimo para a população caminhar e se divertir, não para ter bichos”, afirma a ativista e artista plástica Adriana Greco, que está acampada em frente ao estabelecimento.

O zoológico da cidade recebeu graves denúncias de maus-tratos. Entre os meses de agosto e novembro do ano passado, três grandes felinos – dois tigres e um leão – morreram atrás das grades do parque. O corpo do leão foi encontrado descartado em um terreno baldio algumas semanas depois de sua morte.

Após os incidentes, foi realizado um laudo de vistoria técnica no local, assinado pela bióloga Profa. Dra. Elizabeth Teodorov. O documento aponta falhas gravíssimas tais como: falta de iluminação; falta de abrigo ao sol; mofo em paredes, assoalhos e bebedouros; presença de lixo e sujeira; bebedouros vazios ou com água esverdeada; animais doentes com problemas neurológicos e dermatites; entre muitos outros problemas. Desde a realização do laudo, datado de janeiro deste ano, outros 8 animais morreram e a leoa corre sério risco de morte.

Além desses seres estarem condenados a uma vida de aprisionamento – o que já é trágico o suficiente – eles são vítimas de negligência e maus-tratos. Segundo o laudo, o recinto dos carcarás – como o da maioria das aves que constam no documento – apresenta piso de cimento; ninho inadequado para a espécie; paredes mofadas; pé-direito inapropriado; falta de ventilação, circulação de ar e iluminação; pouca higiene no ambiente e no bebedouro e gradil danificado.

Recinto do carcará
Recinto dos carcarás
Bebedouro do carcará
Bebedouro dos carcarás

Um pavão real foi fotografado debilitado e sem conseguir se manter na postura bípede. O recinto das corujas-de-orelha apresenta falta de ventilação e circulação de ar e paredes mofadas, entre outras falhas.

Pavão real caído no chão
Pavão real caído no chão
Coruja-orelha
Coruja-de-orelha

Nas jaulas dos macacos-prego parte dos recintos são escuros e sem ventilação; os animais ficam isolados; o gradil está danificado e com a fiação solta; os visitantes ficam muito próximos e estressam os animais; os brinquedos estão enferrujados; os alimentos são colocados em comedouros no chão sem higinene e o pé-direito é insuficiente.

Jaula do macaco-prego
Jaula do macaco-prego

O jacaré-de-papo-amarelo vive em água turva com lixo acumulado, além de não ter área para abrigo apropriado. No recinto da tartaruga jabuti-tinga foram encontradas paredes mofadas, solário com telha de amianto e um gato se alimentando no comedouro.

Jacaré-do-papo-amarelo não tem como se proteger do sol
Jacaré-de-papo-amarelo não tem abrigo apropriado
tartaruga
Tartaruga jabuti-tinga

Na prisão da leoa foi constatada ausência de comedouro e bebedouro, além de espaço inadequado e paredes mofadas.

Leoa se encontra em local sob condições precárias
Leoa se encontra sob condições precárias e está quase morrendo

Esses são alguns exemplos de inúmeros, presentes no laudo técnico. A prefeitura já iniciou a reforma do zoológico e, segundo o secretário de cultura e turismo, Laércio Lopes: “Quando eu digo que nosso parque vai causar inveja, não estou exagerando não, o prefeito pediu capricho e estamos caprichando, pode ter certeza”. E acrescentou que vai propor a instalação de um serpentário, que irá confinar ainda mais animais.

A reforma terá duração de aproximadamente 2 anos, e, segundo ativistas da ONG C.I.A, a obra é extremamente prejudicial, devido à poeira e ao barulho constantes. As aves estão se debatendo, em razão de sua audição aguçada. Além disso, os animais doentes, que deveriam receber tratamento, estão expostos ao público.

Nenhuma reforma será suficiente para dar a esses animais a vida que teriam livres na natureza, por isso os ativistas pedem a remoção dos mesmos para santuários de vida selvagem, onde, pelo menos não serão mais explorados comercialmente e receberão os cuidados necessários por pessoas realmente capacitadas e sensíveis à causa animal.

Manifeste sua indignação para o prefeito Fernando Fernandes Filho (PSDB):

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