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Quatro milhões de cordeiros morrem por ano para a confecção de roupas

5 de março de 2014
4 min. de leitura
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Por Ana Rita Negrini Hermes (da Redação)

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A cada ano, aproximadamente 4 milhões de cordeiros da raça karakul com um ou dois dias de vida, ou ainda fetos, são mortos para a confecção de acessórios de pele e casacos. As informações são da Occupy for Animals.

Karakul (nome da cidade Qorako’l na província de Bukhada no Uzbequistão) é uma raça de carneiros domésticos originária da Ásia Central.  Esses animais são conhecidos por sua habilidade para procurar alimentos e sobreviver em condições de vida extremamente severas. Eles também são criados em grande número na Namíbia, introduzidos na região por colonizadores alemães no início de século XX.

A espécie karakul é explorada para a produção de leite, carne, pele e lã. Uma raça de cauda pesada, sua carne é distinta. Muitos adultos têm pelagem dupla; neste caso, as pessoas separam a pele externa, mais grossa, da pele interna. A fibra relativamente grossa é usada para roupas e tapetes.

A pele de cordeiros recém-nascidos ou até de fetos é utilizada em roupas. Esses produtos são chamados karakul, swakara, astracã (Rússia), lã persa (Itália), krimmer (Rússia) e garaköli bagana (Turquia).

Os animais têm um padrão de pelagem frisada e firme. Os cordeiros devem ter menos de três dias de vida quando são mortos, ou eles perderão a cor preta e os macios caracóis. As peles dos fetos são chamadas de “broadtail”, algo como cauda larga em português. Estas peles são usadas na alta costura.

A fim de conseguir o couro do feto de karakul – valorizado pela indústria por sua excepcional suavidade – a garganta da mãe é cortada e seu estômago é aberto para remover o bebê em desenvolvimento. Uma mãe geralmente dá à luz três cordeiros antes de ser morta junto com seu quarto feto, cerca de 15 a 30 dias antes da data prevista do nascimento.

Os casacos são vendidos por até US$12.000 e os de fetos “broadtail” por US$25.000. Os cadáveres da mãe e do seu bebê são geralmente descartados como lixo. Uma pesquisa de 2008 indica que marcas como Ralph Lauren, Karl Lagerfeld, Fendi, Prada, Dolce & Gabbana, Jean-Paul Gaultier, Christian Dior, Valentino, Carolina Herrera e Givenchy usam astracã e Neiman Marcus e Bloomingdale’s vendem em suas próprias lojas. São necessários aproximadamente 30 desses pequenos animais para fazer um casaco.

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Mas os fashionistas sensíveis não consomem estes produtos. Claudia Croft, editora de moda da Sunday Times Style Magazine, de Londres, recentemente chamou o astracã de “o mais cruel tipo de pele”. E Madonna, não tem sido vista em seu casaco de astracã desde que a estilista Stella McCartnery a repreendeu por estar “vestindo um feto.”

Segundo o relatório de investigação da Humane Society dos EUA:

“Momentos depois, os trabalhadores entram na sala arrastando uma ovelha prenhe por suas pernas dianteiras e traseiras. O filme captura como ela é morta. Sem sedação. O animal é jogado no chão e mantido de costas. Ele chuta na tentativa de conseguir fugir. Um trabalhador controla a parte inferior de seu corpo pisando nela com seu pé.

O funcionário corta sua garganta com uma faca comprida. Suas pernas continuam a chutar enquanto ela luta. O homem corta sua garganta mais uma vez, desta vez mais profundamente. Uma fonte de sangue jorra no chão ao seu redor. Ele então gira sua cabeça completamente, até que ela fique em suas mãos.

Aproximadamente dois minutos depois que a garganta da ovelha foi cortada, os trabalhadores pegaram o corpo, agora sem cabeça, pelas pernas e colocaram em uma estrutura de madeira parecida com um berço…

O movimento vigoroso no abdômen do animal morto; evidentemente é o cordeiro por nascer chutando, imagem visível no vídeo….

Os trabalhadores pressionaram o abdômen da ovelha várias vezes. Não havia mais movimento visível. Cerca de trinta segundos depois que o movimento no abdômen da ovelha parou (ou não era mais visível), os trabalhadores amarraram e içaram seu corpo e começaram a remover sua pele.

Depois que a pele foi removida…outro trabalhador abriu o útero e puxou o cordeiro, segurando-o para nós vermos. O homem então jogou o cordeiro (feto) no chão e nós deixamos a área da matança. Doze investigadores da Humane Society foram então levados para uma área onde as peles “úmidas” (não processadas) são salgadas e colocadas ao sol para secar por vários dias.

Depois que a pele é removida, os minúsculos corpos dos cordeirinhos recém-nascidos ou fetos são descartados como matéria excedente, magras demais para servirem de comida.”

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