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Galgos são vítimas da temporada de caça na Espanha

5 de março de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

galgo

Os galgos são explorados como cães de caça na Espanha, mas apenas enquanto eles são úteis. Segundo o site Vice, aproximadamente 50 mil galgos serão abandonados ou mortos no final da temporada deste ano. A caça de lebres é praticada nas zonas rurais do país e expõe o cão a uma vida miserável, cheia de treinos cruéis e, é claro, também mata e causa sofrimento a milhares de lebres.

Se os cães são muito velhos para caçar ou geram muitas dívidas, seu tutor pode optar pela morte do animal. Alguns os jogam em poços e outros os cremam. Passar com o carro em cima deles também é uma maneira de matá-los, e há alguns anos houve vários casos de cães sendo amarrados em caminhões e arrastados ao longo da estrada.

Beatriz Marlasca, presidente da ONG espanhola Associação Baasgalgo dedicada à proteção dessa raça, falou com o Vice sobre a intensa crueldade que ela viu contra os antigos cães de caça, incluindo cães abandonados comendo lixo nas ruas e poços cheios de cadáveres. Muitas vezes, os abusadores são difíceis de rastrear ou condenar, e a maioria deles está solta. “Às vezes você acha que não aguenta mais”, disse Marlasca, “mas então você não percebe que não pode desistir.”

Galgo que foi abandonado em um desfiladeiro
Galgo que foi abandonado em um desfiladeiro

“Passamos por muitos sentimentos no processo: Indignação quando encontramos um caso particularmente terrível e horror quando pensamos o quanto o cão deve ter sofrido. Mas a ligação entre os cães e aqueles que cuidam deles cresce… Então ele é adotado, e você se sente orgulhosa e feliz de pensar que há um cão a menos nas ruas. Tivemos inúmeros casos, alguns deles realmente milagrosos”, contou a protetora.

E Marlasca disse que os casos milagrosos são os que fazem todo o esforço, dor e agústia valerem a pena. “Algum tempo atrás, encontramos uma galga que tinha sido enforcada, mas ainda estava viva. Depois de um mês em tratamento intensivo, ela se recuperou totalmente e foi adotada na França. Esse final feliz é o que nos move. É impagável ver o cão com uma nova família, sentado em um sofá, depois de tudo o que passou. É difícil e bonito ao mesmo tempo.”

A ONG espanhola Rede de Proteção Canina apresentou recentemente um documentário chamado “Fevereiro: O Medo dos Galgos” que narra a dramática situação desses animais que em cada ano tem de sofrer devido à temporada de caça.

Esses cães também são explorados na indústria de corridas. Não só na Espanha, como também na Austrália, na Irlanda, em Macau, no México, no Reino Unido e nos Estados Unidos a prática faz parte dos jogos de azar, sustentados por apostas. Os cães que vão para as pistas enfrentam duro programa de treinamento e são colocados em risco significativo de lesões, como fraturas de pernas, paralisias ou traumatismos cranianos durante os treinos e as corridas. Alguns até mesmo morrem de ataque cardíaco devido ao intenso desgaste físico. Os danos são muitas vezes considerados “inviáveis financeiramente” para serem tratados e o tutor – que se diz “proprietário” – opta pela morte do animal.

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