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Tribunal americano aprova volta de matadouros de cavalos

28 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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(Da Redação)

Foto: Ecorazzi
Foto: Ecorazzi

A decisão de um tribunal foi favorável para que as empresas Roswell, Valley Meat Co. do Novo México e a Rains Natural Meats do Missouri comecem imediatamente a processar carne eqüina para consumo humano.

“Elas estão se preparando a todo vapor para estarem prontas para operar o mais rápido possível”, disse Blair Dunn, advogado que representa a Vale Meat e a Rains Natural Meat, a respeito das empresas.

Na verdade, de acordo com Dunn, a Rains já tem cavalos no local. As informações são do Global Animal.

Foi uma longa luta entre grupos de proteção de direitos animais e a Valley Meat Co., que liderou a campanha a favor da volta da legalização dos matadouros de cavalos na América, após o Congresso ter restabelecido o financiamento para inspeções em matadouros de cavalos em 2011.

Em agosto, os dois matadouros se prepararam para retomar o abate de cavalos, mas um juiz federal em Albuquerque emitiu uma ordem de restrição temporária após grupos de proteção animal terem contestado a permissão. A ação foi derrubada em novembro, mais uma vez abrindo o caminho para os abatedouros retomarem o seu  negócio.

Grupos de direitos animais imediatamente entraram com um recurso no 10º Tribunal de Apelações, no sentido de bloquear a abertura das empresas mais uma vez.

Paralelamente à decisão do tribunal, a ONG Front Range Equine Rescue (FRER) preparou uma documentação contra a Valley Meats e a Rains no Novo México e no Missouri.

A FRER apresentou um relatório de 90 páginas no Novo México explicando por que “a lei estadual deve determinar que a Valley Meat seja rejeitada na sua tentativa de começar a abater cavalos para consumo humano”. No documento, a ONG argumenta que a história de negligência da Valley Meat inclui “5000 violações das leis ambientais estaduais destinadas a proteger as águas subterrâneas, o meio ambiente, os rios e outros cursos de água”.

Segundo a FRER, estas violações já constituem motivo pelo qual a licença para a Valley Meat deve ser negada, evitando assim que esta empresa retome as atividades de matadouro de cavalos.

Em Missouri, a FRER também se apoia no argumento de que o matadouro de cavalos deverá poluir e prejudicar as águas da região. A ONG afirma ter coletado depoimentos objetivos por parte de veterinários e treinadores de cavalos provando que todo cavalo americano que vai para o matadouro recebe medicamentos que tornam a sua carne “imprópria e insegura”, e que “tais drogas representam um desastre quando os restos mortais, o sangue e os líquidos remanescentes da matança dos cavalos vão parar no meio ambiente”.

Apesar da decisão pela legalização da operação dos matadouros de cavalos nos Estados Unidos ter sido tomada, os recursos e argumentações por parte dos grupos contrários continuam – não se sabe até quando.

Assine a petição que apela para que a decisão seja anulada.

Nota da redação: A legalização dos matadouros de cavalos nos EUA vem trazer caráter legal a algo que sempre ocorreu mesmo clandestinamente, não só naquele país como em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil. Esta que parece ser uma novela em capítulos, nos quais se intercalam decisões judiciais favoráveis e recursos contrários, nada mais é que uma briga de braço na qual o vencedor parece ter uma força desproporcional: a força do interesse financeiro, da demanda do consumo, a força da indústria da morte, mais uma vez prestes a vencer, institucionalizando o consumo de mais uma espécie de animal não humano, naturalizando sorrateiramente aquilo que deveria ser considerado bizarro. Mas os cavalos só estão indo para as fileiras dos matadouros “legais”, somando-se a todas as outras espécies tradicionalmente “consumidas”, por causa de uma sociedade adormecida na cegueira moral e ética, que os consome e consumirá sem problemas e sem culpa. 

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