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Cavalos são alvo de severos maus-tratos na Cavalhada de Atibaia

28 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Na última quinta-feira (26) foi realizada a 261ª Cavalhada de Atibaia, festa que reúne centenas de cavaleiros no Centro da cidade e, teoricamente, possui cunho religioso. Teoricamente. Porque na prática tudo é muito diferente.

Cavaleiro usando espora. (Foto: Divulgação)
Cavaleiro usando espora. (Foto: Divulgação)

A propaganda do evento tenta vender aos munícipes e turistas a imagem de que a festa tradicional nada mais é do que uma bela procissão de cavalos em homenagem à Nossa Senhora do Rosário. Porém, quem acompanha o cortejo de perto pode perceber que a religiosidade serve como um véu para disfarçar práticas pouco louváveis.

Quando se trata de evento que envolve animais, é necessário que, no mínimo, os órgãos competentes disponibilizem toda a estrutura e fiscalização necessárias para que os envolvidos não sejam vítimas dos abusos e maus-tratos que vêm sendo observados ao longo dos últimos anos.

A Prefeitura de Atibaia, neste ano, chegou a divulgar em vários locais um release onde dizia que as regras de 2013 seriam mais rígidas. No entanto, ao contrário do que vinha ocorrendo em edições anteriores, neste ano não foi proibida a inscrição de cavaleiros alcoolizados, não foi proibido o uso de som, não foi proibida a participação de éguas no cio, não foi proibido o uso de esporas, guizos, sinos e objetos que pudessem ferir ou estressar os animais.

Animal visivelmente debilitado puxando charrete com dois indivíduos (Foto: Divulgação )
Animal visivelmente debilitado puxando charrete com dois indivíduos
(Foto: Divulgação )

Ao assistir o cortejo dos cavaleiros, foi possível observar que muitos deles estavam visivelmente alcoolizados, alguns consumindo bebida em cima dos cavalos e até oferecendo o líquido aos animais. Tudo isso tendo como agravante o horário do evento, que é feito sob sol escaldante, sem que sejam disponibilizadas fontes de água, tornando comum a visão de cavalos exaustos, espumando e “patinando” nos paralelepípedos, sem forças para se manterem em pé.

Houve ainda casos de sobrepeso, animais que foram obrigados a suportar mais de uma pessoa montada sobre eles, sem que a fiscalização tomasse nenhuma atitude, cavalos extremamente magros puxando charretes e até o caso de um adulto montando um pônei.

Adulto montando pônei (Foto: Divulgação)
Adulto montando pônei (Foto: Divulgação)

Esporas, chicotes, armas brancas e pessoas empinando os cavalos também puderam ser notados por observadores um pouco mais atentos. Isso sem falar nos aparelhos com som em alto volume.

Foram feitos registros de animais feridos e submetidos a situações de estresse. O ponto mais alto do absurdo é o vídeo de uma senhora flagrada agredindo seu cavalo, batendo em sua cara após não conseguir montá-lo.

Diante de todos esses abusos e aberrações, cabe aos cidadãos atibaienses e seus visitantes a seguinte reflexão: será que essa cultura bárbara que todos os anos tortura e maltrata animais indefesos deve ser levada adiante? Querem a imagem de cidade associada ao abuso de outros seres? Será que já não passou da hora de pensar sobre a evolução de nossas tradições e perceber que tudo o que envolve dor e sofrimento não pode ser considerado legal?

Com informações de Atibaia.

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