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Galinhas são deploravelmente confinadas em fazendas "free range"

22 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Apesar da imagem idílica de galinhas bem alimentadas circulando livremente em campos de grama verde, a terrível realidade é que muitas galinhas tratadas pelo método “free range” nunca viram a luz do dia.

Foto: Care2
Foto: Care2

Infelizmente ainda há muitas pessoas que pensam que as galinhas criadas sob o método “free range” vivem livres, em uma vida natural, mas isso não é verdade. Este método tem como base tratar organicamente os animais (mas ainda mantê-los em confinamento), os liberando para circular em espaços abertos e evitando o uso de antibióticos.

Entretanto, o que se vê são galinhas confinadas em locais fechados e escuros, amontoadas em lugares imundos e sem circulação de ar. O nível de estresse dessas aves inevitavelmente cresce quando são forçadas a permanecer em situações deploráveis. Como resultado, elas se bicam, chegando ao canibalismo em alguns casos.

Segundo os regulamentos dos Estados Unidos e da União Europeia, ovos rotulados “orgânicos” de galinhas criadas em método “free range”, necessariamente pedem que os animais tenham acesso à áreas abertas, mas não há nenhuma regra que diga qual a frequência que esses animais devem visitar o mundo além dos locais de confinamento. Quem deve decidir isso é o próprio fazendeiro.

A maioria das fazendas “free range” tem pequenas aberturas ao lado dos galinheiros, mas galinhas são animais territoriais. Quando as aberturas são liberadas, os animais as vigiam ferozmente, o que significa que os menos dominantes nunca conseguirão ter coragem o bastante para ir ao lado de fora e irão andar no mesmo lugar escuro até o fim de suas curtas vidas.

A crueldade permanece

Apesar de parecer um método mais humano de se tratar as galinhas, o “free range” continua com as mesmas atividades padrão da indústria do ovo, conforme a seguir:

  • Debeaking (ou debicagem): que consiste em retirar os bicos das aves nos primeiros dias de vida, para reduzir a chance de brigas devido ao estresse. As galinhas têm bicos sensíveis e repletos de terminações nervosas, e quando são submetidas a esta tortura, morrem de desidratação ou desnutrição, devido a dificuldade em conseguir beber e comer.
  • Condições artificiais: todas são postas em condições artificiais, em que seus instintos naturais são negados, como andar em campo aberto, sentir o sol em suas costas e respirar o ar limpo. Muitas fazendas “free range” usam gaiolas pavimentadas, que cortam os pés das galinhas.
  • Fome forçada: Essa técnica é usada para forçar o corpo das galinhas a entrar em um novo ciclo de produção. O procedimento envolve causar fome intencional por um período de duas semanas, que aumenta a produção das galinhas já idosas, sem o ritmo das mais novas.
  • Machos são mortos indiscriminadamente. (Foto: Reprodução/Internet)
    Machos são mortos indiscriminadamente. (Foto: Reprodução/Internet)

    Matança de machos: os machos são mortos deliberadamente com um dia de vida por asfixia ou moagem enquanto ainda estão vivos. Esta terrível prática serve para a fazenda “descartar” de maneira fácil e sem gastos, já que eles são impossibilitados de botarem ovos e, portanto, são considerados como “perda de produto”. Milhões de frangos machos são mortos todo anos somente nos Estados Unidos.

Muitos consumidores estão sob a ilusão de que isso é normal e natural para que as galinhas botem ovos constantemente. Contudo, naturalmente as aves só botam um ou dois ovos por ano. É somente pela interferência humana e pela criação seletiva e domesticação que elas passam a produzir cerca de 280 ovos por ano. Todo o excesso é retirado violentamente do corpo desses animais indefesos, causando doenças e desconfortos variados.

Como pode ser visto, sendo free range ou não, a indústria do ovo é sempre cruel. Mas ainda há diversas opção para substituir os ovos na alimentação cotidiana, que vão desde bananas, semente de linho ou tofu, e que evitam qualquer tipo de sofrimento aos animais.

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