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Espécies de elefantes em extinção são estudadas por novo censo populacional

19 de dezembro de 2013
4 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Um censo aéreo dos elefantes africanos está sendo conduzido por uma time de 46 cientistas que irão fotografar cada manada presente no continente. Uma pesquisa parecida já estava em curso no Parque Nacional de Amboseli, promovido pelos governos do Quênia e da Tanzânia, entretanto não tinha o objetivo de cobrir uma área tão extensa quanto a África.

Elefantes em frente ao Monte Kilimanjaro. (Foto: Juniors Bildarchiv/Alamy)
Elefantes em frente ao Monte Kilimanjaro. (Foto: Juniors Bildarchiv/Alamy)

É esperado que este projeto de dois anos proporcione um número próximo da quantidade real da população africana de elefantes, que no momento é estimado entre 410 mil e 650 mil. As informações são do Global Animal.

Segundo o Guardian, “Durante o primeiro ano deste projeto, planadores de pesquisa irão cobrir as terras de 13 países na África Sub-Sahariana, onde 90% dos elefantes da savannah vivem. Já no segundo ano, pesquisadores irão preparar todos os dados”.

“Por volta do meio de 2015, resultados preliminares já estarão disponíveis. Além de informar a distribuição e o alcance das manadas, temos esperança de que o censo ajudará a identificar onde população está crescendo, se fragmentando ou diminuindo e nos dará um entendimento melhor sobre a ameaça que os elefantes sofrem”, continua a matéria.

Na virada do século 20, estimava-se 10 milhões de elefantes africanos livres na natureza. Este número diminuiu consideravelmente graças à caça indiscriminada e à perda de habitat cada vez maior. Nos últimos 35 anos, a população de elefantes em todo o continente diminuiu cerca de 50%, de acordo com o Guardian.

Foto: southafricanelephants.com
Foto: southafricanelephants.com

Somente em 2012, dados comprovam que 22 mil elefantes africanos foram perdidos e se esta tendência continuar, um quinto destes animais serão erradicados na próxima década.

Um estudo divulgado em março revela que a população na África Central sozinha caiu 62% de 2002 para 2011, mas exatamente quantos elefantes sobreviveram é incerto. Algumas populações não foram estudadas durante a década, enquanto nenhuma informação existe sobre algumas áreas do continente.

Segundo Dickson Kaelo, CEO da associação Kenya Wildlife, o censo está muito atrasado. “É inaceitável que nós não tenhamos dados confirmados mostrando quantos eleafntes vivem no continente e em quais lugares eles estão”.

A população de uma estimativa recente no Quênia é de 38 mil elefantes. “Nós não nos sentimos confortáveis em dizer que temos os números exatos da população”, disse.

De acordo com John E. Scanion, secretário-geral da Convenção Internacional de Comércio de Espécies Ameaçadas (CITES), “A atual caça aos elefantes na África continua muito alta e pode levá-los à extinção em alguns locais do continente, caso este ritmo continue. A situação é particularmente aguda na África Central – onde estima-se que a taxa de mortes pela caça é duas vezes a média continental”

Mas a África não é o único lugar onde elefantes precisam ser contados detalhadamente. No Vietnã, elefantes enfrentam uma terrível situação em que algumas estimativas revelam que cerca de 70 indivíduos ainda sobrevivem no país.

Diferente da África, lá não há nenhuma ONG trabalhando especificamente para salvar os elefantes do Vietnã, segundo Barney Long, diretor do programa de espécies na World Woldlife Fund (WWF).

“A situação é extremamente cruel”, diz Long, “eles estão no limite e irá levar muito tempo para se recuperarem. Não será somente por meio de uma forte ação de conservação, mas também uma poderosa ação cultural.”

Foto: Reprodução/Daily Mail
Foto: Reprodução/Daily Mail

Cao Thi Ly, líder do Departamento de Pesquisa Florestal e Gestão Ambiental (FREM) da Universidade Tay Nguyen, no Vietnã, mostrou que diferente dos elefantes africanos, elefantes vietnamitas vivem em oito ou nove pedaços demarcados da floresta local e, em algumas províncias, de seis a dez elefantes vivem no mesmo pedaço de terra.

Meenakshi Nagendran, um biólogo da vida selvagem e funcionário da organização Asian Elephant Conservation Fund e do Departamento de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, disse que a estimativa de 70 elefantes é só – uma estimativa. Isso significa que nada é garantido.

Vietnã é um “buraco cinza. Não é um buraco negro, mas um buraco cinza. Está informação não é confirmada por muitos, enquanto algumas ONGS dizem haver entre 10 a 15 elefantes livres no país”, termina Nagendran.

Seja qual for o número, é claro que prevenir a extinção de elefantes está se tornando um jogo de números, não uma preocupação pela vida de outros seres, que estão cada vez mais próximos da morte pela ação humana.

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