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Cientistas brasileiros descobrem nova espécie de anta na Amazônia

18 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Cientistas brasileiros anunciaram terem descoberto uma nova espécie de anta no Brasil e na Colômbia. O novo mamífero, escondido da ciência, mas conhecido por tribos indígenas locais é, na verdade, um dos maiores animais do continente, mas ainda é o menor entre seus “parentes”.

O animal, que habita pastagens e florestas no sudoeste da Amazônia, é a quinta espécie viva de tapir e a menor, apesar dos seus imponentes 110 kg de peso. (Foto: mongabay.com / Reprodução)
O animal, que habita pastagens e florestas no sudoeste da Amazônia, é a quinta espécie viva de tapir e a menor, apesar dos seus imponentes 110 kg de peso.
(Foto: mongabay.com / Reprodução)

Descrito no Journal of Mamologiya, os cientistas têm chamado a nova espécie de Tapirus kabomani. Esse é o quinto tapir encontrado no mundo e o primeiro descrito desde 1865. É também o primeiro mamífero da ordem Perissodactyla (que inclui antas, rinocerontes e cavalos) encontrado em mais de cem anos.

Além disso, este é o maior mamífero terrestre localizado em décadas: em 1992, os cientistas descobriram o saola no Vietnã e Camboja, um raríssimo bovídeo parecido com um antílope, que é aproximadamente o mesmo tamanho do Tapirus kabomani.

A nova descoberta, que habita pastagens e florestas no sudoeste da Amazônia (nos estados brasileiros de Rondônia e Amazonas, bem como o departamento colombiano do Amazonas), é a quinta espécie viva de tapir e a menor, apesar dos seus imponentes 110 kg de peso.

Ele também tem pernas mais curtas e uma crista menos proeminente. A espécie era conhecida da tribo Karitiana, que contribuiu para a sua identificação como uma nova espécie. “Os índios foram essenciais, em particular porque sabiam desta variedade há décadas, ou mesmo séculos, e os caçadores podem distingui-la claramente do tapir brasileiro”, explica Mario Cozzuol. “[povos indígenas] tradicionalmente relataram ter visto o que eles chamaram de ‘um tipo diferente de anta’. No entanto, a comunidade científica nunca prestou muita atenção para o fato, afirmando que era sempre o mesmo animal”,explica Cozzuol, que começou a investigar a nova espécie, há dez anos.

Cozzuol primeiro encontrou evidências de novas espécies, há uma década, enquanto observou crânios de anta, que eram muito diferentes do que qualquer outro. Os pesquisadores coletaram, em seguida, o material genético das espécimes. A pesquisa provou que os pesquisadores estavam de fato lidando com uma espécie ainda não descrita.

Hoje, cinco espécies permanecem: quatro são encontrados na América Central e América do Sul (a anta brasileira, anta da montanha, a anta de Baird, e o novo Kabomani), enquanto uma espécie sobrevive na Ásia (a anta malaia). Todas estão atualmente listadas como ameaçadas de extinção devido à caça excessiva e a destruição do habitat, e os cientistas acreditam que o Kabomani não será diferente.

“Nosso próximo estágio de pesquisa é determinar a distribuição real de ocorrência e estado de conservação da nova espécie”, diz o coautor Flávio Rodrigues, professor de ecologia da UFMG.

Fonte: Terra

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