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'Geleia do mar' pode ter sido ancestral de todos os animais

15 de dezembro de 2013
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Entre os cientistas, muito já se debateu a respeito de qual grupo de animais se originou primeiro. Versões tradicionais apontam que a primazia coube às esponjas e a outras criaturas do mar que mais parecem rochas ou corais.

No entanto, um novo estudo genético aqueceu a discussão ao sugerir que os “Ctenóforos” — animais marinhos gelatinosos conhecidos como geleias pente e que se assemelham às medusas — são, na verdade, os primeiros animais a evoluírem, há cerca de 600 milhões de anos.

Andy Baxevanis, co-autor da pesquisa e geneticista do National Human Genome Research Institute, em Maryland, nos Estados Unidos, disse que a polêmica vai muito além de um simples debate acadêmico. “Essa conclusão é fundamental para que possamos entender a natureza da evolução animal. As esponjas são simples, não têm músculos ou sistema nervoso. As geleias pente, por exemplo, têm essas duas estruturas. E manter esses organismos seria uma grande vantagem para a sobrevivência”, observou.

Animais marinhos gelatinosos conhecidos como geleias pente teriam sido os primeiros a evoluírem, há cerca de 600 milhões de anos (Foto: Divulgação / Alexander Semenov)
Animais marinhos gelatinosos conhecidos como geleias pente teriam sido os primeiros a evoluírem, há cerca de 600 milhões de anos (Foto: Divulgação / Alexander Semenov)

Os cientistas chegaram a hipótese da primazia das geleias após descobrirem, por meio de um programa de computador, a sequência completa do genoma dos “Ctenóforos”. Foi constatado que em todos os cenários possíveis, havia sempre uma relação com todos os outros grupos de animais. “Cabe perfeitamente a hipótese desses bichos estarem na base da árvore genealógica dos animais”, disse Baxevanis. Agora, os autores trabalham com a meta de descobrir a verdadeira sequência completa do genoma dessas criaturas.

A novidade tem causado grande polêmica entre os especialistas na área. Segundo Hervé Philippe, pesquisador do “National Center for Scientific Research”, que fica em Moulis, na França, diz que avaliar transformações que ocorreram há mais de 600 milhões de anos é sempre complicado. “Usar dados genéticos atuais para comparar com mutações tão longínquas pode não apontar resultados corretos”, observou.

Fonte: O Globo

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