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Associação acionará MPF para reduzir morte de animais no Taim (RS)

12 de dezembro de 2013
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A Associação dos Pecuaristas, Orizicultores, Comerciantes e Moradores do Curral Alto e Taim de Santa Vitória do Palmar (Amcata) acionará o Ministério Público Federal (MPF) para tentar solucionar o problema da mortandade de animais na BR-471, que corta a reserva ecológica do Taim, localizada nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. Um levantamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostrou que, em 2012, 450 animais foram mortos por atropelamento na BR-471. Em 2013, até o mês de outubro, foram 738 mortes. A decisão foi tomada na manhã de ontem pelo presidente da Amcata, Raul Cesar Cavedon, e pelo presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado Adilson Troca (PSDB), após a audiência pública marcada para a data ter sido cancelada.

Todas as atividades das comissões foram canceladas pela presidência da Assembleia na terça-feira, com o intuito de realizar mais três sessões deliberativas para votar 57 matérias que estavam atrasadas. “Considerando que o problema no Taim é uma questão de vida ou morte para esses animais e que a audiência pública só poderia ser marcada para 2014, vamos encaminhar esse expediente para o MPF esclarecendo a situação”, explica Cavedon. Entre os participantes convidados para a audiência estavam o ICMBio, que administra a estação ecológica, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que é responsável pela BR-471, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Localizada em um trecho de 17 quilômetros, a reserva do Taim foi criada em 1986 e é o habitat de pelo menos 30 espécies de mamíferos e 250 aves. Desde outubro, a Amcata está buscando uma intervenção do Dnit no local, com a colocação de proteção entre a reserva e a via de trânsito. “Até o momento, não tivemos nenhum posicionamento do departamento sobre esta questão”, ressalta Cavedon.

Algumas obras foram feitas nas últimas décadas para aumentar a segurança da fauna. Em 2009, o grupo Gerdau doou dez mil metros de tela, e também foram feitas intervenções como túneis e mata-burros. Porém, com o passar dos anos, as proteções foram se deteriorando. Entre as soluções que serão apresentadas por Cavedon ao MPF estão a colocação de pardais inteligentes no trecho da rodovia que corta a reserva, com as multas sendo revertidas para a estação ecológica, e a instalação de guard-rails nas duas laterais da estrada.

Além disso, é sugerida a participação ativa da Polícia Rodoviária Federal na região para autuar os motoristas que excedam a velocidade de 60km/h. O chefe da Comunicação da PRF no Estado, inspetor Alessandro Castro, afirma que a fiscalização já está sendo intensificada na localidade, com a utilização de radares móveis para o controle de velocidade.

No próximo ano, a reserva deve ser ampliada de 11 mil hectares para 33 mil hectares. A Amcata afirma que não é contra essa ampliação, porém o problema que vem ocorrendo atualmente precisa ser solucionado antes disso. Para o aumento do espaço, serão desapropriados oito mil hectares de terras de produtores rurais nos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. Na época da criação da reserva, segundo a associação, a área foi desapropriada, mas os proprietários não receberam as indenizações e conseguiram retomar judicialmente as terras.

Fonte: Jornal do Comércio

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