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Matança de falcões-do-Amur é evitada após ações de ativistas

5 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Walkyria Rocha (da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

Como resultado da ação de grupos de defesa animal e da organização de três vilas indianas, nenhum falcão-do-Amur foi massacrado em seu período de migração este ano. Esta espécie é vítima de uma matança diária de 14 mil indivíduos, perpetrada pelo estado indiano de Nagaland, que é uma escala no caminho da migração das aves da Sibéria em direção à África. As informações são do Care2.

Quase 9000 ativistas assinaram a petição para salvar os falcões-do-Amur e as organizações locais os ouviram e tomaram medidas para evitar esta matança.

Segundo a matéria do Care2, “O falcão-do-Amur é um pássaro de beleza deslumbrante com uma vida fantástica: essa pequena ave de rapina faz uma das mais longas rotas de migração de todas as espécies semelhantes, perfazendo um total de 15 mil milhas por ano (o equivalente a 24.140 km). Esses falcões se diferenciam também por sobrevoarem o mar em uma enorme distância e permanecem viajando durante a noite”.

“Essa rota os leva da Sibéria ao nordeste da China, onde eles se reproduzem e continuam até a Somália, Quênia e África do Sul, onde passam o inverno. Em sua rota, esses falcões param no nordeste da Índia, local em que milhares deles são brutalmente mortos no remoto estado de Nagaland”, continua a matéria. “A Organização Para Conservação da Índia estima que todo ano, durante o auge da migração, entre 12.000 a 14.000 aves são caçadas para consumo ou para venda. Isso significa que em cada ano cerca de 120.000 a 140.000 aves são mortas em Nagaland”, alerta.

Falcão-do-Amur macho. (Foto: Reprodução/Flickr)
Falcão-do-Amur macho. (Foto: Reprodução/Flickr)

Entretanto, em Agosto deste ano, um pouco antes da temporada de caça, o grupo local de conservação “Vida Selvagem de Nagaland” e a organização “Conservação da Biodiversidade”, com o apoio de diversos outros grupos de defesa animal, lançaram um programa de conservação e patrulhamento intitulado “Amigos do Falcão-do-Amur”.

A Igreja (Nagaland é o maior estado cristão) envolveu-se também, citando o livro Levíticos da Bíblia, que proíbe o consumo de aves de rapina.

Falcão-do-Amur fêmea. (Foto: Biodiversity Explorer)
Falcão-do-Amur fêmea. (Foto: Biodiversity Explorer)

O governo e as vilas de Pangti, Ashaa e Sungro também tomaram parte. “É nosso dever proteger esses maravilhosos pássaros enquanto estão passando sobre Nagaland e tratá-los como nossos honrados e estimados convidados, como é a verdadeira tradição hospitaleira de Naga”, disse o primeiro ministro de Nagaland, Neiphiu Rio.

Rio ameaçou suspender os subsídios às vilas envolvidas na caça dos falcões e seus conselhos decidiram tornar a caça ilegal, multando qualquer caçador em Rs 5000 (cerca de 164 reais).

Além disso, de acordo com a Wildlife Trust da Índia, quando o falcão-do-Amur chegou em Nagaland em Outubro desse ano, como parte de sua rota migratória pelo nordeste do estado indiano, equipes de ex-caçadores e jovens das três vilas patrulharam as áreas de pouso dos pássaros dia e noite para mantê-los a salvo.

Extraordinariamente nem um só falcão foi morto.

Uma coisa é certa, depois de registrar a morte de 14.000 desses pássaros no último ano, durante o ano de 2013, não houve uma única morte.

“O significado ecológico desse pássaro é imenso”, desse Ramki Sreenivasan, fotógrafo da vida selvagem e co-fundador da Organização para Conservação da Índia. A organização dirige vários centros educacionais nas vilas, onde professores, párocos e idosos estão aprendendo sobre o falcão e sua incrível jornada.

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