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Proteção federal de animais em extinção é ameaçada por movimento conservador

4 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

Enquanto o 40º aniversário do Ato de Espécies Ameaçadas (ESA) foi celebrado na semana passada, membros do Tea Party, ala conservadora do cenário político americano, estavam ocupados trabalhando em um projeto de lei que acabaria com o ato e colocaria diversas espécies animais vulneráveis em situação de ainda maior risco. As informações são do Care2.

O ESA está vigente desde 1973 e foi estabelecido pelo esforço em proteger espécies da fauna e flora prestes a desaparecer, naquele momento. Ele é administrado pelo Serviço Nacional de Pesca Marinha (NMFS) e pelo Departamento de Pesca e Vida Selvagem americano (FWS), que teve como último objetivo recuperar espécies em perigo de extinção ao ponto delas serem retiradas completamente das listas de proteção e prevenção por agências federais e estatais, protetores e organizações de conservação, entre outras instituições e agentes sociais.

Quão bem sucedido ele tem sido depende para quem a pergunta é feita, mas de acordo com o FWS o ESA previniu a extinção de 99% das espécies que protege desde sua vigência e tem ajudado centenas de outras à recuperação, de lontras da Califórnia, passando por ursos-pardos e chegando aos lobos-cinzas. Atualmente o ato protege mais de 1400 espécies nos Estados Unidos e 600 espécies estrangeiras, enquanto muitas outras aguardam por decisões políticas para saber o que será de seu futuro.

Até mesmo se prevenir a extinção não for considerado o suficiente para denifir o sucesso do ato, 40 anos é considerado como um pequeno intervalo de tempo, já que estatísticas estimam que a recuperação completa de espécies demora em torno de 25 anos ou mais.

Infelizmente, para alguns grupos específicos, proteger espécies coloca “entraves” para o desenvolvimento, que deveria ter decisões tomadas com base puramente científica.

Na última semana, os senadores do Tea Party, Rand Paul, Mike Lee e Dean Heller introduziram um projeto de lei que iria descaracterizar o ESA e acabar com as proteções para a maioria das espécies correntemente listadas, também tornaria mais difícil a inclusão de espécies novas e obrigaria que as listas de espécies fossem atualizadas a cada cinco anos, com a retirada completa das espécies que completarem este ciclo e a nova avaliação de sua situação. Até a avaliação ser completa, a espécie estará fora de qualquer tipo de proteção.

“Aqui, nós comemoramos o 40º aniversário do Ato de Espécies em Risco e o Tea Party quer acabar com ele membro por membro”, disse Brett Hartl, diretor de políticas para espécies ameaçadas no Centro para Diversidade Biológica. “É realmente triste perceber quão fora de mão o Tea Party está com o restante da população americana e como, reconhecendo os interesses que eles têm por assuntos industriais, estão mais ligados aos lucros do que à salvação da vida selvagem, dos habitats naturais e de uma vida sustentável para as próximas gerações”, completou.

“Este projeto devastará todo tipo de proteção à espécies e abrirá uma porta para a destruição geral dos últimos lugares na terra onde essas espécies sobrevivem”, disse Hartl. “É um benefício para especuladores, como a Koch Brothers, mas irá roubar um pouco de cada cidadão americano que preza pela vida selvagem”, concluiu.

O IUCN atualizou sua Lista Vermelha de Espécies em Perigo depois de adicionar mais de 71 mil novas espécies ao redor do mundo e concluir que mais de 21 mil estão em perigo de extinção. Esta é só uma pequena amostra do número total de espécies na Terra, mas o número de espécies ameaçadas vem crescendo de maneira que nos diz quão doente está nosso ecossistema.

Deveríamos procurar maneiras de aumentar as proteções e trabalhar mais do que nunca para proteger as espécies em extinção para o bem delas e para o nosso, já que não conseguiremos viver sem um ecossistema equilibrado.

Esperamos que este projeto do Tea Party contra o ato de 1979 seja derrubado, torcemos para ele seja o próximo a entrar em extinção.

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