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Leão de zoológico é morto para consumo humano

2 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Reprodução/The Independent
Foto: Reprodução/The Independent

Uma imagem de sírios retirando pedaços de um leão morto está sendo largamente compartilhada nas redes sociais, com ativistas apontando que esta seria a prova de que a profunda miséria atual em meio à guerra civil no país teria vitimizado ainda mais os animais. O leão teria sido capturado do zoológico local, e, segundo denúncias, outros animais do zoológico também correriam este risco. As informações são do The Independent.

A foto mostras três homens ao redor de um leão morto com um deles segurando sua cabeça para o alto. A imagem ainda não foi confirmada, mas muitos estão assinalando que o leão morto estava confinado no zoológico de Al-Qarya al-Shama, em Ghouta do Leste. O que mostra como os animais também são afetados e se tornam vítimas de guerras entre humanos.

As circunstâncias exatas da morte do animal ainda não foram divulgadas. Algumas matérias de veículos locais dizem que o homem da foto está retirando o couro do animal para usá-lo como proteção às baixas temperaturas, já outras sugerem que o animal já estava morto antes de ser esfaqueado. Como a palavra em árabe para leão é “assad”, há também a possibilidade deste ato terrível ser uma mensagem ao regime instalado no país.

Mês passado um grupo religioso sírio autorizou que a população residente nos subúrbios do país comesse carne normalmente, sem levar em consideração as leis islâmicas. Os clérigos muçulmanos autorizaram à população comer gatos, cães e macacos, como ação para tentar diminuir a fome no na região de Ghouta, mas sem levar em consideração a própria sobrevivência destes animais, que estão, também, sem comida e sem lar. Segundo os líderes religiosos, estas são ações feitas para diminuir a situação precária devido à guerra e, caso ela piore, as pessoas continuarão comendo animais.

As autoridades locais e, também internacionais têm o dever de enviar alimentos e todo o tipo de ajuda para animais humanos e não humanos a lugares desolados por guerras. É preocupante a situação dos animais por toda a Síria. Não somente aqueles presos em zoológicos, que sofreram maus-tratos durante toda a vida, mas também os animais domésticos, que eram cuidados por famílias e que tinham lares dos quais foram expulsos junto com seus tutores.

Treinamentos e pesquisas

A situação de abuso dos animais em guerras também pode ser vista até mesmo antes da guerra começar. As Forças Armadas exploram animais para realizar pesquisas científicas e treinamentos com soldados enfermeiros. Os cães, cabras e porcos são alvejados por armas de diferentes calibres para que enfermeiros “treinem” sua perícia com ferimentos típicos de combate. A tarefa é conseguir manter o animal vivo pelo maior tempo possível, o que significa que todos os animais, no fim, estão fadados a morrer dolorosamente.

Cães também são comumente explorados como “funcionários” das Forças Armadas e das instituições policiais. São cães de guarda, são aqueles que entram em um local onde desconfiam da presença de uma bomba e, ao término de seus “serviços prestados”, são mortos por serem “muito perigosos” e não se adaptarem a uma vida normal com uma família adotiva.

Nota da Redação: A exploração de animais em zoológicos, nas Forças Armadas ou nas indústria alimentícia é clara e cotidiana, são lutas que podemos enxergar claramente suas causas e temos resposta imediata para combatê-las, entretanto, o caso que a foto retrata, devemos ter em mente que a causa está mais distante. Não se trata somente de culpar e nem de absolver os indivíduos da foto, mas de entender que transformar animais em vítimas de conflitos humanos é ignorar sua alteridade e considerá-los, de uma maneira profundamente enraizada, meros instrumentos para o abuso de nossa espécie. 

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