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Animais silvestres protegidos por lei são explorados em comércio popular

10 de novembro de 2013
3 min. de leitura
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Foto: Javier Cobeñas
Foto: Javier Cobeñas

Centenas de animais silvestres são vendidos em bancas de mercado à vista de todos na cidade de Piura, região norte do Peru. Mesmo sabendo que a caça de animais silvestres e sua manutenção em cativeiro é proibida por lei no país, este fato ainda acontece em todo o território e Piura é um dos principais destinos para o comércio indiscriminado. As informações são do El Comercio.

Em 2013, o Ministério da Agricultura através da direção geral de Florestas e Fauna silvestre e com o apoio da polícia localizaram mais de 100 animais, cujas espécies estão classificadas como ameaçadas de extinção através do “034-2004 DS- AG”, que consiste em uma norma com base na “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora da União Mundial para a Conservação”.

No registro dos resgates há 52 tartarugas bisagras, 24 botões de ouro, sete pihuichos, cinco periquitos esmeralda, três caturritas cabeças pretas, dois papagaios e um loro cabeça vermelha. Nesta informe não foram considerados as serpentes e esquilos explorados por vendedores de produtos naturais.

Foto: Liz Tasa
Foto: Liz Tasa

Sem abrigo

O resgate dos animais comercializados não acaba com a trágica situação em que se encontram, já que a localidade de Piura carece de um centro de resgate e cuidados dos animais silvestres resgatados.

À respeito da situação, o responsável da Administração Geral de Florestas e Fauna Silvestre, Roberto Seminario Trelles, disse que “O mais simples seria a ‘eutanásia’, mas em qualquer caso, não vamos fazer isso. Como não temos um abrigo para os animais, tivemos que liberar eles sem o acompanhamento devido e há alguns que deixamos em custódia do parque Kurt Beer “.

O diretor regional do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas (Sernanp), Aldo Aguirre Cura, esclarece que um animal silvestre só pode ser liberado se ele for submetido a um período de quarentena, para evitar que o animal infecte a outras espécies, no caso de ser devolvido ao seu ambiente natural.

Em seu novo habitat, geralmente os animais perdem o seu instinto natural e dependem dos seres humanos para sua alimentação. “Se uma raposa tem uma fratura em cativeiro, está condenado a morrer”, declarou.

Foto:Epensa
Foto:Epensa

A falta de Inspetores

A especialista da Administração Técnica de Florestas e Fauna Silvestre da Piura (ATFFSP), Herlinda Julca Calderón, decidiu inspecionar o mercado local em conjunto com alguns jornais. Em dois comércios foram encontrados papagaios de cabeça vermelha à venda. A oferta para cada espécime foi de 120 soles peruanos (aproximadamente 100 reais). A apreensão não foi possível, já que não tinham solicitado um pedido de proteção policial, disseram.

A presença desta espécie nos mercados locais confirma que os traficantes de animais silvestres e selvagens continuam burlando os controles que existem nas rodoviárias. O organismo de ATFFSP alegou que pouco pode ser feito pela organização, já que tem apenas 11 inspetores em toda a região.

“Na aldeia Río Seco de Huarmaca encontramos um morador com uma ‘pava aliblanca’ que é uma ave criticamente ameaçada de extinção. O pássaro ficou em custódia”, diz Julca.

A gerente regional dos Recursos Naturais e Gestão Ambiental, Cristina Portocarrero, sugeriu à ATFFSP formar uma mesa de trabalho multi-setorial para manter um controle de maior qualidade sobre a região.

Nota da Redação: É importante frisar que nenhum animal deve ser objeto de comércio. Nenhum animal é mercadoria, seja ele protegido ou não pelas leis vigentes. A abolição de comércio de animais precisa ser, então, plena.

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