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Centenas de tartarugas morrem na América Central

3 de novembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Simone Gil Mondavi (da Redação – Argentina)

Foto: divulgação
Foto: divulgação

A morte de centenas de tartarugas marinhas em El Salvador, Guatemala, Panamá e Costa Rica, em conjunto com o atraso ou redução da desova em Honduras e na Nicarágua este ano, tem alarmado os cientistas e ambientalistas. A comunidade científica investiga as ameaças que incidem sobre esses animais sendo que alguns estão ameaçados de extinção. As informações são de Econoticias.

“É doloroso ver as tartarugas que estão mortas”, disse Antonio Benavides, que passou 24 de seus 57 anos de vida cuidando do viveiro das tartarugas em San Diego, uma praia de 40 km ao sul de San Salvador. Ele considerou que as perspectivas para a conservação da tartaruga se tornam cada vez mais difícil porque de cada mil filhotes que entram no mar, somente um torna-se adulto e retorna à costa para colocar seus ovos após 20 anos.

Desde janeiro, o Ministério do Meio Ambiente do El Salvador (MARN), informou que 146 tartarugas foram mortas, enquanto que na Guatemala foram encontradas outras 115, de acordo com o Conselho Nacional de Áreas Protegidas (Conap), desse país.

Sem fornecer números, a Nicarágua relata desde setembro a morte de algumas tartarugas, enquanto na Costa Rica relatou a morte de 280 tartarugas das espécies “lora ou golfina” em janeiro.

No final do ano 2012, o Panamá registrou a morte de 200 indivíduos, indicou a bióloga da Fundação “Mar Viva”, Isis Pinto.

Do 28 de setembro até segunda-feira (28), foi relatada a morte de 114 tartarugas nas praias vizinhas de San Diego, o Amatal e Toluca, no Pacífico Central do El Salvador.

Os animais localizados são da espécie “Tartaruga Preta” (Chelonia agassizii), “Golfina” (Lepidochelys olivacea) e “mistas”, que são da mistura das pretas com as golfinas.

A morte das tartarugas tem atraído a atenção dos cientistas centro-americanos e o único laboratório regional especializado no assunto, que é da Universidade de El Salvador, está estudando as amostras dos tecidos e órgãos para tentar determinar a causa.

Outro fenômeno que alarmou aos especialistas na Nicarágua, foi a chegada das tartarugas lora nas praias do Pacífico, no final de setembro com várias semanas de atraso.

“Alguns dizem que o atraso pode ser devido à mudança do clima, correntes marítimas ou pelos equipamentos de pesca utilizados”, disse o biólogo Ivan Ramirez da ONG “Fundação para o Desenvolvimento Sustentável na Nicarágua” (FUNDENIC).

Para o gerente da Vida Selvagem e dos Ecossistemas (MARN), Nestor Herrera,  a “hipótese mais forte” sobre as mortes no El Salvador é que as tartarugas estariam envenenadas com “saxitoxin” , que é uma substância que afeta o sistema nervoso dos animais.

MARN foi informado de que na península de San Juan del Gozo na costa de El Salvador, os cães que comeram parte das tartarugas mortas sofreram uma  “paralisia respiratória” e morreram quase imediatamente.

O saxitoxin em 2006 havia matado cerca de 500 tartarugas marinhas, e no 2010 a outras 100 na costa do El Salvador.

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