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Catalunha proíbe exploração de circo com animais

31 de outubro de 2013
4 min. de leitura
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Por Simone Gil Mondavi (da Redação – Argentina)

Foto: EUROPAPRESS
Foto: EUROPAPRESS

Diversas organizações apresentaram nesta terça-feira (29) uma proposta conjunta ao Parlamento Judicial de um projeto de lei para incorporar à Lei de Proteção dos animais um novo ponto que visa proibir animais de circo na Catalunha, Espanha. As informações são de EuropaPress.

Em uma coletiva de imprensa com o presidente da associação animalista “Libera”, Carlos Lopez, e representantes dos cinco grupos diversos (CiU, ERC, PSC, ICV-EUiA y CUP), eles defenderam a importância desta reforma para a Catalunha avançar em suas questões de âmbito animal e se aproximar do modelo europeu de sociedade.

O secretário de organização da Convergência Democrática (CDC), Josep Rull, considerou que “hoje a Catalunha é mais parecida com o resto da Europa”, uma ideia em que Jordi Terrades, representante do PSC, insistiu e argumentou que uma sociedade esclarecida deve se preocupar com os direitos animais.

Esta proposta que, vai alterar a Lei sobre a proteção dos animais, se une às iniciativas de Julho de 2010, que após um debate intenso modificou a legislação para proibir as touradas na Catalunha.

Desta vez o debate é esperado com menos controvérsia, pois, como foi explicado pelos promotores da iniciativa, os espetáculo dos circos com animais já é pratica minoritária na Catalunha e, como explica  o deputado Oriol Amorós, apenas um só circo permanece ativo na Catalunha e por mais de um ano que não atua na comunidade.

Vale lembrar que 99 municípios catalães já proíbem esse tipo de show em seus municípios, portanto a nova proposta do Parlamento catalão pretende estender o veto com objetivo de que sirva a todo o território.

“Aquele que é cruel com os animais não pode ser uma boa pessoa e os catalães estão demonstrando que são boas pessoas”, acrescentou o presidente da Libéria, que concluiu o acordo entre a maioria dos grupos para levar adiante essa afirmação.

Touradas

Apesar de comemorar o progresso na proteção dos animais envolvidos nesta iniciativa, a deputada do partido ICV- EUiA (Iniciativa per Catalunya Verds-Esquerra Unida i Alternativa), Hortensia Grau disse que “ainda há um caminho a percorrer”, e se refere à proibição do “correbous”, festa tradicional popular dedicada aos eventos com touradas, especialmente das regiões do sul da Catalunha.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

“Se você me perguntar se há contradições na defesa dos direitos de alguns animais e não de outros, eu digo que sim, existem”, reconheceu Amorós, e sem ressalvas ressaltou que o Parlamento da Catalunha tem progredido de forma constante nos assuntos de defesa dos animais.

O deputado da CUP (Candidatura d’Unitat Popular), Quim Arrufat, que tem sido a favor da proibição dos “correbous”, comemorou o progresso da proibição dos circos com animais e enfatizou que este processo tem sido liderado pela sociedade civil e não pelo Parlamento catalão.

A respeito das touradas, está em pauta uma nova lei que daria status de “patrimônio cultural” às touradas na Espanha. Afetada pela crise econômica e em descrédito cada vez maior pelo povo consciente das torturas cruéis que são infringidas aos animais, a industria das touradas, que também se apropriava de investimentos públicos, já que o evento era considerado como digno de receber dinheiro público, está cada vez mais decadente.

Uma coalizão de grupos internacionais de proteção animal imediatamente se pronunciou, criticando o projeto de lei e a aprovação do uso de fundos públicos para a “crueldade animal inaceitável”, “O governo da Espanha sinalizou seu apoio à crueldade animal inaceitável e o subsídio de recursos públicos para patrocinar o esporte sangrento”, dizia um comunicado assinado por diversos grupos incluindo o PETA.

“Este movimento é uma tentativa cínica da desesperada indústria das touradas para assegurar o futuro desse empreendimento de morte. Touradas são cruéis e ultrapassadas, e não têm mais lugar em uma sociedade moderna; a cultura termina onde começa a crueldade”, segundo o comunicado.

Uma carta assinada por 103 organizações de 29 países também foi enviada ao Senado contra a lei desumana que favoreceria as touradas. Também uma outra carta assinada por intelectuais de diversos países foi enviada ao Senado, em que eram colocados os perigos de uma educação à crianças com a presença de eventos sangrentos e cruéis, como as touradas.

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