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Botos correm o risco de desaparecer da Baía de Guanabara (RJ)

31 de outubro de 2013
2 min. de leitura
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(Foto: Reprodução Facebook)
(Foto: Reprodução Internet)

Os botos, animais símbolos do Rio, presentes até na bandeira da cidade, correm o risco de desaparecer da Baía de Guanabara até 2016. O alerta é de um grupo de pesquisadores que estuda os bichos há 20 anos e que descobriu que o número de botos mortos aumentou muito.

“Nós temos monitorado essa população de boto cinza da Baía de Guanabara desde 1995. Cada filhote que eu vejo, eu me pergunto se ele vai conseguir crescer, reproduzir e manter essa população. A gente tem observado nos últimos dez anos uma redução de mais de 50% dessa população. Graças esse monitoramento, nós podemos observar que após a dragagem [remoção, de material do fundo da, baías e canais de acesso a portos], essa mortalidade sofreu um aumento muito grande”, explicou Haydée Cunha, bióloga da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

“A mortalidade nos últimos 60 dias foi de 12 % em dois meses comparado a 2% ao ano no período anterior a dragagem. A gente teve três animais mortos no primeiro período, depois houve uma interrupção da dragagem e nenhum animal foi recolhido e quando houve a retomada da dragagem mais dois animais morreram. Então, foram cinco animais mortos no período de 60 dias”, completou a bióloga.

Poluição acústica

De acordo com os pesquisadores, a dragagem altera as características do ambiente e e altera o padrão da pesca na Baía da Guanabara. Ainda segundo o grupo, a poluição acústica também aumenta o estresse dos animais.

“O ruído provocado por qualquer atividade afeta a saúde da população de botos. O som pode deixar o animal mais vulnerável a doenças ou ate mesmo a própria percepção do espaço”, declarou o também biólogo da Uerj, Rafael Carvalho.

Segundo o grupo, a mortalidade dos últimos anos é muito preocupante e está acima do que seria sustentável. “Ela indica que em alguns anos a gente pode não ter os botos da Baía de Guanabara. Do jeito que está, não chega até as Olimpíadas”, concluiu Haydée Cunha.

Fonte: G1

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