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Uso de animais em testes é tema de discussão na Assembleia Legislativa de São Paulo

31 de outubro de 2013
2 min. de leitura
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Por Vanessa Soares (em colaboração para a ANDA)

A audiência pública convocada pelo deputado Feliciano Filho (PEN-SP), coordenador da Frente Parlamentar de Defesa e Direito dos Animais, discutiu nesta terça-feira (29), na Assembleia Legislativa de São Paulo, alternativas ao uso de animais na experimentação científica e acadêmica. Quatro palestrantes abordaram temas importantes sobre a exploração de animais na Ciência e nas Universidades.

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Foto: Reprodução

Thales Tréz, biólogo, doutor em Educação Científica e Tecnológica e autor do livro “Instrumento animal: o uso prejudicial de animais no ensino superior”, falou sobre o uso de animais em aulas e pesquisas acadêmicas.  Tréz disse que ainda quer testemunhar uma virada de página em relação aos testes em animais: “O que temos que ter em mente é que o uso prejudicial de animais é o grande tema de mudança, é onde a migração precisa acontecer. Tudo que não for benefício ao animal, deve ser abolido.”

Sérgio Greif, biólogo e mestre em Alimentos e Nutrição, mostrou métodos substitutivos ao uso de animais e como esses testes são feitos. Ele mostrou ainda a ineficácia dos modelos animais pois “os animais não são miniaturas humanas”. Greif também falou sobre a escolha por Beagles nos testes, explicando que não é só pela facilidade de manipulação e por serem dóceis, mas também porque obedecem a um padrão genético. “Isso faz com que a diversidade de dados seja menor.”

Odete Miranda, professora da Faculdade de Medicina do ABC – primeira faculdade a abolir o uso de animais nos estudos – também mostrou alternativas aos testes e como eles fazem mal aos animais e à população. Falou sobre testes in vitro, modelos anatômicos, e sobre como o uso de animais vivos na Faculdade foram abolidos e substituídos por animais mortos com sua ajuda.

“Na verdade, as pessoas usam animais no ensino achando que o médico vai sair de lá sabendo fazer cirurgia. Não sabe. Ele termina o curso médico apenas médico, depois ele vai fazer a opção “eu vou ser clínico, eu vou ser ginecologista, eu vou ser cirurgião”. Existem muitos cirurgiões que nunca testaram em animais. Então não é verdade que é preciso treinar em animais para ser um bom médico”, diz Miranda.

Para o deputado Feliciano Filho, o objetivo da audiência era “praticar a difusão da informação e mostrar para todo mundo que existem métodos alternativos”, porque “é preciso mudar este paradigma, pois os animais não podem se defender, não têm voz e nem a quem recorrer.”

Ele acredita que passando adiante e aprovando as leis que tramitam em São Paulo, os outros estados, em cadeia, começarão a aprovar também. O deputado termina o evento dizendo que foi de preto por estar de luto pelos animais mortos em experimentos e que “o homem não pode e nem deve deliberar sobre a vida do animal.”

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