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Tucanos buscam refúgio em universidade após serem expulsos de seu habitat

30 de outubro de 2013
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Tucanos ocupam as janelas do prédio da reitoria (Foto: Simone Hillesheim/Arquivo Pessoal)
Tucanos ocupam as janelas do prédio da reitoria (Foto: Simone Hillesheim/Arquivo Pessoal)

Uma dupla de tucanos vem chamando a atenção dos estudantes e funcionários da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), na cidade do Vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul. Coloridas e raras em espaços urbanos, as aves têm visitado quase que diariamente os parapeitos das janelas do prédio da reitoria, no campus da universidade.

De acordo com o professor alemão Andreas Köhler, que há 11 anos leciona zoologia na instituição, os tucanos apareceram no local pela primeira vez há pouco menos de um mês. Desde então, as visitas têm se tornado cada vez mais frequentes. “São sempre os mesmos, às vezes aparecem de novo. Saem e voltam. Em dias sem chuva e quentes, sempre passam”, conta ele.

O professor acredita que a construção de um condomínio próximo a uma área de preservação, chamada de Cinturão Verde, seja a causa da presença das aves no campus. “Eles acabam sendo um pouco expulsos do ambiente”, diz Köhler, alertando que a mudança no habitat das aves causa um “impacto negativo na sobrevivência” delas.

Os tucanos, aliás, não são as únicas aves que frequentam o campus. De acordo com o professor, outras espécies como pica-pau, canarinho e joão-de-barro têm usado o local para construir os seus ninhos. Todas elas são atraídas pela grande arborização do campus, diz Köhler. “Há alguns anos, a universidade destinou áreas com mata nativa, árvores, para abrigar esses animais dentro do espaço da área urbana”, explica.

O maior temor do professor do curso de ciências biológicas é que os animais tentem retornar, após o final das obras, para a área onde haverá o condomínio. A ideia é que os tucanos permaneçam no campus  livres de riscos. A colocação deles em gaiolas está descartada. “Tratam-se de animais nativos. Nunca se pega animais para se colocar em cativeiro”, ensina.

Especialistas alertam que a área de 460 hectares de Mata Atlântica do Cinturão Verde tem sido ameaçada pela forte pressão imobiliária. Construções já ocupam grande parte do anel de proteção que cerca a mata. A prefeitura de Santa Cruz do Sul diz que a maior parte dos loteamentos construídos no local segue as leis ambientais municipais.

Fonte: G1

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