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Reabertura do biotério da UFSC gera polêmica sobre testes com animais

27 de outubro de 2013
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Fechado desde maio por uma decisão da Justiça, o biotério da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde são criados animais para estudos, reabriu nesta semana e gerou polêmica no campus. A proibição foi suspensa há cerca de 15 dias porque não houve comprovação de crueldade ou maus-tratos com os animais. Conforme a Universidade, são criados ratos e camundongos no biotério.

Uma lei federal regulamenta e autoriza a criação de animais para pesquisas científicas. A professora Paula Brügger, do Departamento de Ecologia e Zoolofia da UFSC, não concorda. “A legislação vigente está defasada no que tange às últimas descobertas científicas. Os testes com animais geram dados não confiáveis, muito caóticos, exatamente pelo fato da diferença existente entre a espécie humana e os outros animais”, declara.

A docente defende a revisão da lei e uma mudança no modo como os testes são realizados. “Todo ano, o mundo gasta 20 bilhões de dólares matando 100 milhões de animais invertebrados. Isso para ter um índice de 6% de que pode ser testado em humanos e talvez nunca se torne um medicamento”, afirma Paula.

Por questão de segurança, todas as empresas são obrigadas a realizar testes para avaliar as reações em seus produtos, mas não precisam ser feitos necessariamente em animais. Uma fábrica de cosméticos em Palhoça, município da Grande Florianópolis, optou por fazer os experimentos em seres humanos voluntários.

“É feito um painel de 50 pessoas, metade homem, metade mulher, em uma faixa etária de 20 a 60 anos, com fototipos de peles diferentes, pele clara, pele escura, para ter realmente um resultado satisfatório”, explica a farmacêutica bioquímica Ana Cristine Kuntze.

Segundo o pró-reitor de pesquisa da UFSC, Jamil Assreuy Filho, os estudos são basicamente na área da saúde. “A lei federal que regula isso é extremamente rigorosa. Os protocolos de pesquisa quando são aprovados passam por uma avaliação muito séria para tentar amenizar ao máximo qualquer dano ou sofrimento para os animais”, comentou. Ele esclareceu ainda que não se usa mais animais em salas de aula da Universidade há cerca de um ano e meio.

Fonte: G1

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