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Morcego Magueyero Menor não é mais uma espécie em extinção

27 de outubro de 2013
4 min. de leitura
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Foto: M. Tschapka
Foto: M. Tschapka

O morcego Magueyero Menor (Leptonycteris yerbabuenae), um dos principais polinizadores de diversas espécies de agave não é mais uma espécie em extinção, já que acaba de sair da lista de espécies em risco do México (Norma Oficial Mexicana NOM- 059- SEMARNAT 2010).

A conclusão foi de Rodrigo Medellin Legorreta, pesquisador do Instituto de Ecologia, da UNAM (Universidade Nacional Autônoma do México), que confirmou a boa notícia depois de 21 anos de estudo desta e mais de 20 espécies de morcegos que vivem ou atravessam o México em suas rotas de migração.

Leptonycteris yerbabuenae é muito importante para o país, porque se alimenta de néctar e pólen das flores do agave tequila, de modo que nós somos responsáveis ​​por estas plantas tradicionais de nossos ecossistemas, que ao longo de milhões de anos têm recebido polinização”, explicou numa entrevista.

Também estes animais polinizam as flores dos enormes cactos colunares, que são tradicionais do noroeste tradicional, que geram pitayas, os frutos dos cactos, igualmente dispersam as sementes da fruta. “Os morcegos são grandes aliados dos seres humanos e do meio ambiente natural em que vivem”, disse ele.

Esta espécie está na NOM-059 como ameaçadas desde 1993, embora nos Estados Unidos é considerada ameaçada de extinção desde 1984.

Residentes e migrantes

Esta espécie de morcego mora numa vasta área que se estende do sudoeste do Arizona e do Novo México, nos Estados Unidos, que passam pelo centro e oeste do México e vai para a Guatemala e El Salvador, pela costa do Pacífico.

Os ecossistemas que ocupam são a floresta seca tropical do Pacífico, o deserto de Sonora e a Serra Madre Ocidental, assim como o Eje Neovolcánico.

“Em toda esta região há diferentes padrões de história natural, como algumas populações são residentes e moram no México, durante todo o ano, enquanto outros migram para o norte no verão para ter seus filhotes no deserto de Sonora”, disse Medellín, do Laboratório de Ecologia e Conservação de Vertebrados terrestres.

Pesquisa e educação ambiental

As pesquisas de populações e a educação ambiental têm sido dois eixos da obra de Medellín e de seus companheiros para conseguir a recuperação dessa espécie.

“Nós começamos com esta espécie em 1992, para tentar identificar quais eram as ações necessárias para sua recuperação em diferentes regiões do país. Nós realizamos muitas atividades de educação ambiental nas comunidades humanas que convivem com esses morcegos, para aumentar a conscientização sobre a importância destes mamíferos. Trabalhamos nas escolas com crianças, professores e adultos”, resumiu.

Essa atividade depende da pesquisa científica, focada em estudar a história natural das espécies para saber o que eles precisam para se recuperar, onde pode migrar e quando e onde eles se reproduzem.

“Tudo o trabalho foi realizado em mais de 21 anos. Seguimos 13 colônias diferentes de Chiapas e Puebla, de Sonora, e pode-se confirmar que as populações já estão recuperadas, pois seus refúgios têm colônias estáveis ou ainda em crescimento”.

O maior território, o que os cientistas usam como parâmetro para avaliar o estado da espécie, está localizado em uma caverna na Reserva da Biosfera El Pinacate e o Gran Desierto de Altar, Sonora (que é Patrimônio Natural da Humanidade há dois meses), um lar bem preservado, onde residem entre 100 mil  e 300 mil morcegos, todas as fêmeas prestes a dar à luz a seus filhotes, e cuja população está em curso há vários anos.

Outra importante colônia, nas Grutas Juxtlahuaca em Guerrero, no inverno encontra-se entre 40 mil e 60 mil morcegos; mais perto de Tuxtla Gutierrez, em Chiapas, no inverno a população aumenta entre 50 mil e 60 mil indivíduos.

Medellín e sua equipe (estudantes técnicos e acadêmicos), descobriram novas populações, como aquele que tem crescido a partir de quatro anos atrás e hoje tem cerca de quatro mil morcegos.

“Além disso, as pessoas já identificam, valorizam e cuidam. Tudo isso indica que há uma recuperação. Temos de ser honestos e removê-lo da lista de espécies ameaçadas de extinção. Temos tão poucas boas notícias de conservação, que temos que comemorar”, disse ele.

 Fonte: La Jornada UNAM

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