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Indonésia quer banir exploração de "macacos artistas" nas ruas

26 de outubro de 2013
2 min. de leitura
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Autoridades da Indonésia lançaram uma estratégia rígida para resgatar os animais que fazem performances nas ruas de Jacarta. O governo afirma que esses animais são mantidos em condições precárias.

Os “macacos artistas” – que ficam geralmente amarrados em coleiras e são forçados a usar máscaras e pedir dinheiro – são uma visão comum nas ruas de Jacarta. Mas, recentemente, autoridades e grupos que lutam pela defesa dos animais estão fazendo um esforço para inibir a prática.

O prefeito da cidade, Joko Widodo, anunciou, agora, um plano para retirar os animais da rua até 2014. “Isso se tornou uma questão internacional”, disse Widodo. “Por favor, tenha piedade desses macacos que estão sofrendo abusos de seus proprietários.”

Depois de assumir o poder, em outubro do ano passado, ele ordenou que funcionários fizessem esforços para retirar os macacos das ruas, mas a campanha que iniciará esta semana é ainda mais ambiciosa.

A estratégia central é oferecer uma compensação de cerca de R$ 200 para cada criador que tiver um macaco apreendido, além de dar a eles treinamentos para novas profissões. Até agora, 21 macacos foram apreendidos e passam por uma quarentena.

Os macacos resgatados “estavam estressados, alguns tentaram atacar e outros recuaram quando nós nos aproximamos”, disse a veterinária Valentina Aswindrastuti. Eles também apresentavam gengivas inchadas e dentes podres.

Os animais, conhecidos como “topeng monyet”, que significa “macaco mascarado”, têm geralmente condições ruins de saúde e são mantidos, por anos, em gaiolas apertadas e sujas. Eles também sofrem por terem sido treinados a andar nas duas patas traseiras, como humanos.

A campanha já afugentou muitos dos treinadores de macacos. Muitos dos locais onde normalmente são encontrados os “macacos mascarados” estão atualmente desertos. O treinador Tardi, de 41 anos, e alguns de seus colegas que vivem em uma favela no leste de Jacarta, não têm saído para as ruas nos últimos dias.

Mas eles estão enfurecidos com as medidas do governo. Segundo eles, as acusações de maus-tratos são injustas e a proibição fará com que eles fiquem falidos. “Eu faço isso há mais de 10 anos”, diz Tardi. “Eu não frequentei a escola. Essa é a única habilidade que eu tenho para ganhar dinheiro”.

Os treinadores dizem que ganham o equivalente a cerca de R$ 350 por mês trabalhando por poucos dias na semana, cerca de R$ 100 a mais do que o salário básico dos trabalhadores de fábricas.

O treinador Kholid Mawar insiste que os macacos, que são mantidos em pequenos compartimentos de alvenaria, com portas de madeira, são tratados adequadamente. “Eu sempre alimento o macaco. Nós o tratamos como se fosse parte de nossa família”, diz o indonésio de 25 anos. “Eles dizem que fazemos os macacos sofrer, mas e quanto a nós?”.

Fonte: G1

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