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Testes no Instituto Royal eram feitos para liberação de cópia de medicamento

24 de outubro de 2013
2 min. de leitura
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(da Redação)

Nesta quarta-feira, o doutor pela Unifesp José Sebastião Afonso comentou sobre a prática de testes em animais em seu perfil no facebook. Confira abaixo.

“Atentem para a confissão:

‘O cientista não revelou o nome do medicamento desenvolvido, que é protegido por contrato, nem para qual tipo de câncer ele seria usado. Mas informou que se tratava de um tipo de remédio produzido fora do país e que teve a patente quebrada’.

Apenas para melhor entendimento, medicação genérica é cópia de medicação original que perdeu a patente, não há inovação, nada de novo. A medicação original já foi testada no passado. Ademais, não se discute aqui a importância dos genéricos para a diminuição dos custos da saúde.

Em artigo da Folha, o pesquisar confessa que a medicação contra o câncer da qual desenvolvem é, na verdade, tentativa de cópia da original que perdeu a validade da patente há anos.

O fato reforça o óbvio, quase notório, que a Royal faz testes, diga-se cruéis, em cães para validação de drogas genéricas perante a ANVISA. Ressaltar que conforme nota, a ANVISA não só aceita métodos alternativos, como também recomenda.

Percebam, além de não haver nada de novo, nenhuma droga nova milagrosa, que teria, em tese, a imprescindibilidade de testes em cães discutida, usam esta crueldade primitiva para liberarem, pasmem, cópias do que outros inventaram.

Resta indubitável que o uso de cães se assenta na questão econômica e/ou limitação tecnológica nacional de testes alternativos, mais sofisticados e caros. Em palavras chulas, a solução cruel tupiniquim.

Ademais, causa profunda estranheza a negativa por parte da Royal de divulgação dos dados. A fórmula química e a pesquisa clínica das drogas é de domínio público para o crivo e/ou eventual contestação da comunidade científica mundial. Não se libera legalmente drogas que não divulgam os resultados clínicos, sejam eles contra ou a favor.

Sigilo, nesta área é permitido apenas no segredo industrial de sua produção, e a patente é feita com a descoberta da fórmula, lá atrás.

Assim, a publicização dos dados é imperativa pela própria natureza do ramo, e não só, o que já seria suficiente, por haver dinheiro público envolvido.

Com os dados em mãos poderemos contestar a imprescindibilidade dos testes em cães e, ademais, adquirir mais provas de atos cruéis, incompatíveis com o preceito constitucional (art. 225 da CF/88).

A mentira não resiste à luz do sol. É este o medo?”

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