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Ministro chama resgate de cães no Instituto Royal de "fora da lei"

24 de outubro de 2013
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

 (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
Os deputados se reuniram com o ministro da Ciência e Tecnologia Marco Antonio Raupp, que chamou o resgate dos beagles de “crime” (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)

Após o resgate e salvamento dos cães da raça Beagle na sexta-feira (18), a discussão sobre o uso de animais em testes conseguiu a notoriedade devida no Brasil e deputados se reuniram nesta quarta-feira (23) com o ministro da Ciência e Tecnologia para discussão.

Em matéria publicada pela ANDA, Philip Low, brilhante neurocientista canadense, disse que este era um grande momento para que se iniciasse uma discussão sobre leis de proteção aos animais, contra o uso em testes, e esta discussão já poderá ter um primeiro impulso com a Frente Parlamentar de Defesa dos Animais da Câmara dos Deputados, que espera conseguir instalar uma CPI para apuração de todo o tipo de maus-tratos no país, diante das denúncias ao Instituto Royal.

Os deputados da Frente se reuniram com o ministro da Ciência e Tecnologia Marco Antonio Raupp, que chamou o resgate dos beagles de “crime”. Segundo o ministro, a avaliação do Ministério leva à conclusão de que o Instituto Royal trabalha dentro da lei. Essa conclusão é preocupante pois desconsidera completamente as consequências éticas da tortura, da exploração e do sofrimento que os animais passavam naquele lugar.

Segundo o ministro, “Em todo o mundo é assim”. Mas ele se esquece que cada vez mais países estão tomando uma atitude para proibir testes em animais, como a Índia em relação aos testes da indústria de cosméticos, ativista da União Europeia que avançam na luta contra a vivissecção em todo o continente e Israel que proibiu a venda de produtos que forma testados em animais em todo seu território.

Para Raupp, o uso de animais ainda é necessário, mesmo após o desenvolvimento de simulações in vitro, já utilizadas no Brasil. Com métodos substitutos ao alcance dos laboratórios, o uso dos animais para testes parece estar mais enraizado em nossa cultura e em toda a tradição científica do que na falta de opções ou na possibilidade real de se encontrar resultados aplicáveis em humanos, já que os testes são, muitas vezes, somente válidos para as espécies testadas.

Para confirmar essa situação cruel dos animais em nossa sociedade, em comentário sobre o caso Instituto Royal, o médico pela Unifesp José Sebastião Afonso disse que os testes eram realizados para a validação de uma patente vencida. Ou seja, os diversos testes desumanos eram feitos para validar a cópia de um medicamento.

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