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Cerca de 100 casos de maus-tratos a animais são registrados em Ibitinga (SP)

10 de outubro de 2013
4 min. de leitura
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Em Ibitinga (SP), uma instituição que cuida de cães abandonados revela números alarmantes sobre os maus-tratos. São mais de 100 denúncias registradas por mês na cidade, de acordo com a Associação Protetora dos Animais de Rua (Apar) .

Entre os casos atendimentos pela Apar está o de Guerreiro. Ele recebeu este nome após ter sido encontrado há quase um mês dentro de um saco plástico jogado em um terreno. As marcas pelo corpo e a cegueira são sinais da violência que o cachorro sofreu do antigo tutor.

E ele é apenas um entre centenas de animais encontrados em situações degradantes na cidade. É o caso também do cachorro apelidado de Costelinha. “O Costelinha chegou para a gente também vítima de abandono, muito pequeno pensando 300 gramas. Após 60 dias em tratamento, uma voluntária o adotou e hoje ele está com oito quilos. É um orgulho para a gente”, conta a voluntária Patricia Roncada.

Guerreiro foi encontrado dentro de saco plástico em setembro (Foto: Apas/Divulgação)
Guerreiro foi encontrado dentro de saco plástico
em setembro (Foto: Apas/Divulgação)

A Apar abriga hoje cerca de 30 cachorros que foram abandonados ou que foram vítimas de maus-tratos. O que chama a atenção é que o número de denúncias de crimes contra animais tem aumentado na cidade. Segundo a presidente da associação, por mês, são mais de 100 registros. “Nós recebemos mais de 40 chamados por semana de animais com estado precário de saúde, abandonados na rua e estradas”, diz Andreza Flois Pacola.

Atualmente, por falta de um espaço adequado, apenas cachorros são trazidos para o abrigo da associação. E cada um deles teria apenas uma história triste se não fossem os trabalhos dos mais de 20 voluntários que fazem parte da Apar. “Tem animais que precisam de cirurgia, que precisam de internação com soro. Eles permanecem, na grande maioria, internados por até 30 dias”, explica o veterinário que ajuda os animais em estado mais grave, Leandro César de Souza.

Mais casos

A cadelinha Sofia foi atropelada e só voltou a andar graças a um tratamento. Já Billy foi envenenado pelo antigo tutor, voltou a comer, mesmo tendo parte da língua amputada. No entanto, segundo Leandro, nem todos os animais conseguem se recuperar como os dois.

Tigrão chegou a ser adotado, mas foi novamente abandonado (Foto: Reprodução/TV Tem)
Tigrão chegou a ser adotado, mas foi novamente
abandonado (Foto: Reprodução/TV Tem)

Apesar de termos uma perda pequena, infelizmente acontece. Nem todos se recuperam”.

Os animais recuperados são colocados para adoção. Foi o que aconteceu com Ringo, que encontrou uma nova tutora. “Ele é muito bonzinho. Quando ele chegou em casa, chorou muito e queria voltar para a rua, mas agora ele acostumou e não nos separamos mais”, lembra a atendente Diandry Natalie Cesar. Já o Tigrão não teve a mesma sorte. Mesmo depois de adotado, o cão foi abandonado novamente doente e sem alimentação.

Todos os casos de abandono e violência contra animais que chegam até a associação são encaminhados à delegacia de Ibitinga Por falta de provas ou de testemunhas, nem sempre é possível responsabilizar o tutor desses animais. Segundo a associação, a cada dez casos, apenas dois têm uma solução. “Muitas pessoas ligam e denunciam somente por telefone, mas não testemunham. Precisamos de provas. Sem elas não dá para fazer quase nada”, ressalta Natália Alves.

Entidade recebe mais de 40 chamados por semana e abriga 30 animais (Foto: Reprodução/TV Tem)
Entidade recebe mais de 40 chamados por semana e abriga 30 animais
(Foto: Reprodução/TV Tem)

O delegado de Ibitinga explica que a pena para os crimes de maus-tratos e abandono de animais pode chegar a dois anos de prisão. No entanto, na maioria dos casos, os responsáveis não são detidos, já que em vez disso, podem prestar serviços à sociedade. “Em alguns casos é possível investigar a autoria. Muitos dos abandonos e maus-tratos não tem testemunhas e fica muito difícil de vincular uma pessoa ao crime”, explica Carlos Alberto Ocon de Olveira.

Fonte: G1

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