EnglishEspañolPortuguês

Abrir uma ONG pode ser a melhor opção para protetores

10 de outubro de 2013
4 min. de leitura
A-
A+

Por Fátima Chuecco (da Redação)

ONG Turma do Abrigo (Foto: Reprodução)
ONG Turma do Abrigo, de Franca (SP). (Foto: Reprodução)

A vida dos protetores independentes é dura. Disso ninguém tem dúvida. Mas a situação pode ser um pouco amenizada e, com sorte, até mudada, com a criação de ONG com CNPJ. Durante o 2º Encontro Nacional de Apoio a Protetores de Animais (ENAPA), realizado em SP, no dia 6 de outubro, vários ativistas da causa animal, veterinários e fundadores de ONGs estiveram falando das vantagens de se formalizar o trabalho do protetor de animais. O processo de regulamentação leva apenas 15 dias, mas é preciso ter toda uma equipe de trabalho para registrar a ONG, do presidente ao veterinário (ainda que voluntário). Com a situação formalizada, pode-se pedir o título de “utilidade pública estadual” (a federal só é concedida a ONGs dedicadas a humanos) e, com isso, conseguir isenção do IPTU do imóvel que abriga os animais, bem como da luz e água (quando não é dada a isenção pode-se obter, pelo menos, um grande abatimento nessas contas).

Luisa Mell falou sobre a Nota Fiscal Paulista Animal que também só beneficiará ONGs formalizadas. Ela fez questão de deixar bem claro que o processo de inscrição é complexo e que, portanto, o mais adequado é pedir ajuda para alguém da área contábil ou designar um dos voluntários para se dedicar exclusivamente a esse assunto. Após entrega do formulário, a ONG deverá receber uma visita para fins de fiscalização e comprovação dos dados enviados. Se tudo correr bem e a ONG for inclusa no sistema da Nota Fiscal Paulista Animal, receberá os créditos a cada seis meses: “Portanto a ONG não pode contar com esse dinheiro para as despesas mensais. Precisa ter outros rendimentos fixos. Mas estará concorrendo a sorteios de 100 mil reais todos os meses”, disse. Informações completas estão no site www.cadastrodeentidades.sp.gov.br

ONG Cão Viver (Foto: Reprodução)
Associação Cão Viver de Minas Gerais (Foto: Reprodução)

Mais dicas para protetores

A veterinária Marina Mello, fundadora da Turma do Abrigo, de Franca (SP), falou sobre parcerias que podem ser feitas com clínicas veterinárias. Ela própria escolheu ser veterinária para ajudar animais carentes: “Costumo dizer que minha clínica tem um setor vip e outro dedicado ao atendimento do SUS. Desde 2003 já castramos mais de 50 mil animais”. Mariza Catelli, presidente da Associação Cão Viver (MG), falou sobre a necessidade de valorizar o adotante documentando a adoção com fotos e compartilhando na rede social da ONG, bem como acompanhando o processo de adaptação do bichinho no novo lar e fazendo o tutor sentir-se realmente responsável por ele. Outra ideia de Mariza é certificar as clínicas que ajudam ONGs. Os clientes se sentem bem em frequentar uma clínica que tem um papel social (animal). Um certificado exposto na parede – uma espécie de selo “empresa amiga do animal” – valoriza o veterinário.

Cão Bartolomeu, adota no projeto Segunda Chance. (Foto: Reprodução)
Cão Bartolomeu, adota no projeto Segunda Chance. (Foto: Reprodução)

Jorge Pereira, consultor do Centro de Treinamento e Reabilitação de Cães de Mairiporã (SP), explicou como é fundamental analisar o perfil do adotante para evitar devoluções dos animais e até ocorrências graves como ataques de cães que não tinham condições de se adaptar a determinados estilos de vida. “É essencial fazer uma triagem para saber para qual ambiente e família aquele animal será destinado. Não se pode doar para uma senhora de 80 anos, uma cachorrinha jovem, cheia de energia, que corre sem parar e quer brincar o tempo todo. Para pessoas que moram em apartamento e ficam pouco em casa, talvez a melhor solução seja ter gato e não cachorro”, comentou o especialista. Ele falou também do projeto Segunda Chance de Cubatão (baixada santista), em que cães com personalidade difícil (ou pouco compreendidos) estão sendo cuidados para que possam se integrar sem maiores dificuldades, com um aumento de 7 para 17 doações por dia.

Marcelo Glauco, especialista em redes sociais, deu dicas para quem usa as ferramentas digitais (facebook, google, twitter etc). Ele sugeriu que se evite post com fotos muito chocantes e que sejam utilizados os 4 “es” para vender a imagem da ONG: emoção, experiência (contando histórias que encantes dentro de uma trajetória de atuação na causa animal), envolvimento (buscando motivar a participação, fazer com que as pessoas sintam que vale a pena ajudar) e exclusividade (algum diferencial no trabalho da entidade).

Ele também aconselhou buscar outras vitrines além do facebook: “O Google Mais (+) é a rede mais utilizada do mundo, embora ainda não tenha ultrapassado o Face no Brasil. Convém criar páginas e perfis nessa rede que tem tudo para também crescer muito por aqui”.

Você viu?

Ir para o topo