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Prefeito recompensa moradores que assassinarem animais abandonados

4 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Cães estão sendo brutalmente assassinados por recompensa. (Foto: Reprodução)
Cães estão sendo brutalmente assassinados por recompensa. (Foto: Reprodução)

Com um ato cruel e inesperado, o prefeito da cidade de Sochi, na Rússia, sede dos Jogos Olímpicos de 2014, Anatoly Pakhomov, encorajou os moradores da região a matarem os animais abandonados que se encontram espalhados pela cidade. Ao invés de estabelecer programas de adoção e castração, Pakhomov está recompensando os assassinos com 800 rublos (um pouco menos de 55 reais) para cada animal morto. As informações são do Change.

Essa atitude já havia sido cogitada pelo deputado Sergei Krivonosov, que dizia ser esta a ação mais razoável de preparação rápida da cidade para os Jogos Olímpicos de Inverno. Segundo Sergei, na época, “Os animais de rua serão exterminados para garantir a segurança dos visitantes e melhorar a imagem da cidade. É óbvio que não pode haver animais nas ruas. Temos responsabilidades para com a comunidade internacional” e terminou declarando que “Matá-los é simplesmente o modo mais rápido de resolver o problema”.

Ativista propõe programas de adoção e castração. (Foto: Reprodução)
Ativista propõe programas de adoção e castração. (Foto: Reprodução)

Era uma atitude para adequar a cidade aos padrões exigidos pela organização dos Jogos Olímpicos de Inverno, mas que, após suscitar diversas reações negativas, foi abandonada. É importante ressaltar que o projeto foi abandonado por não haver nenhum inscrito no edital público. Nenhuma empresa se prontificou para realizar a matança.

O que parece é que, agora, a solução encontrada pelo prefeito da cidade foi liberar a matança para os próprios cidadãos, com incetivos financeiros e cobertura legal.

No site Change é possível assinar uma petição contra a prática de “higienização social” aplicada aos animais. Esses animais são assassinados porque são um pedaço da paisagem que a cidade não quer mostrar. Eles são, em termos precisos, “higienizados”, já que a matança tem como pressuposto uma certa “limpeza” da cidade. Limpeza daquilo que incomoda, que não faz parte do projeto ideal para os Jogos. O animais abandonados, que não são culpados em nenhum grau, acabam se tornando as vítimas desta situação.

Uma das antigas tentativas de justificar os assassinatos estava relacionada, também, com a segurança do futuro público das Olimpíadas. Mas esta segurança não era problema para a população local até o momento. Criticando a ação planejada pela administração de Sochi, Olga Noskovets, ativista e organizadora de manifestações pró-animais na região, argumentou que “Durante um tempo, serão menos animais, visivelmente. Mas além de não resolver o problema, teremos um aumento do número de ratos”.

Ou seja, a cidade de Sochi estaria exposta a uma ação antiética, completamente inaceitável e, a longo prazo, inútil.

Em carta enviada ao prefeito da cidade e aos organizadores dos Jogos cada vez que a petição acima é assinada, os ativistas expressam toda sua repulsa pela brutalidade contra os animais na região.

“Nós discordamos profundamente deste método bárbaro e primitivo de lidar com a população de animais abandonados e gostaríamos de pedir que vocês repensem suas posições a respeito desta situação. O dinheiro oferecido para cada assassinato poderia ser destinado para clínicas de castração ou, até mesmo, para lares de adoção de animais abandonados. Encorajando os cidadãos a ASSASSINAR animais, vocês estão contribuindo para a criação de futuros monstros e criminosos.”

“Matar nunca é a solução… Seja um animal humano ou não humano. Oferecer recompensa por um ato tão mau encoraja as pessoas a se adaptarem a um estilo de vida de crueldade e crime, e crueldade nunca deveria ser recompensada. Nós incentivamos vocês a reconsiderarem esta decisão e partirem para um plano mais humano de cuidados à população de animais abandonados, como a castração e a adoção. Nós também encorajamos àqueles que assinarem a petição, a entrarem em contato com os patrocinadores e os avisarem sobre este inimaginável fato”.

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