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Comissão pede suspensão do uso de charretes em Paquetá (RJ)

1 de outubro de 2013
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A Comissão Especial para Acompanhar Políticas de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) esteve nesta segunda-feira (30) na Ilha de Paquetá, litoral da capital, para apurar a situação dos cavalos utilizados nas charretes, e defendeu a extinção da atividade, por conta dos maus tratos verificados contra os animais. A inspeção foi feita em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e com a Secretaria Especial Municipal de Promoção e Defesa dos Animais (SEPDA). O presidente do grupo, deputado Thiago Pampolha (PSD), considerou as condições dos cavalos como “degradantes”. “Independente de melhoria, sempre haverá sofrimento para os animais. Não teremos escolha, será pedido o fechamento. Aqui faltam os cuidados primários, como ferrador profissional. Eles se encontram em estado degradante”, lamentou Pampolha, que anunciou os próximos passos do colegiado: uma vistoria em Petrópolis, para averiguar as condições em que vivem e são tratados os animais usados para turismo na cidade.

Pratica será extinta (Foto: Reprodução Internet)
Pratica será extinta (Foto: Reprodução Internet)

Ao chegar ao ponto de encontro das charretes, Pampolha não demorou a encontrar irregularidades, como cavalos sem arreio. O parlamentar também vistoriou as cocheiras, onde estavam os problemas mais graves: animais vivendo em pequenas baias, com chão cimentado, sem forro algum de serragem ou qualquer outro, sem local para pastar e expostos às próprias fezes e urina, devido à falta de pessoal para manutenção. Também foi apurado no local que a Associação dos Carreteiros de Paquetá não tem um veterinário responsável pelo atendimento contínuo dos animais, prática indispensável já que eles são submetidos a regime de trabalho.

Segundo o veterinário especializado em equinos Alceu Cardoso, este já seria um motivo relevante para a extinção da prática. “Existe uma comissão formada pela SEPDA e a Secretaria Municipal de Transporte acompanhando alguns casos, e chegamos à conclusão de que, mesmo melhorando a situação, a Associação não tem estrutura para manter os animais de forma adequada”, argumentou Cardoso.

O inspetor Ricardo Catarina disse que a delegacia irá abrir um registro de ocorrência, onde o presidente da Associação, Jorge Rocha Lima , será colocado como autor e chamado para depor. “Nossa vinda aqui nos fez reunir fotos comprobatórios. Não há dúvida quanto aos maus-tratos e péssimas condições de vida destes animais”, frisou Catarina. Já a comissão apresentará dois relatórios: um para a Prefeitura do Rio, onde pedirá oficialmente a extinção da atividade, e outro para a delegacia, onde serão expostos pontos detalhados que serão incluídos no registro.

Pampolha defendeu a parceria com os órgãos do Executivo, como a Delegacia de Meio Ambiente, uma vez que o Legislativo fluminense não tem alçada para instaurar procedimentos criminais. “A comissão, sozinha, fica limitada quanto às punições dos acusados”, ponderou o parlamentar, para quem o fato de os crimes contra os animais serem categorizados como de menor potencial ofensivo, ou seja, com menos de quatro anos de reclusão, é um fator que contribui para a ousadia dos criminosos.

Fonte: Jus Clip

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