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Autoridades ignoram maus-tratos a cavalos em Paquetá (RJ)

1 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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A Comissão de Defesa dos Animais da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) comprovou, em visita à Ilha de Paquetá nesta segunda-feira (30), que os cavalos estão sendo maltratados pelos charreteiros. A fiscalização flagrou animais abrigados em baias apertadas com falta de alimentação adequada, falta de veterinário e de ferreiro, falta de higiene e outros problemas.

(Foto: Reprodução Facebook)
(Foto: Reprodução Facebook)

O deputado Thiago Pampolha, presidente da Comissão de Defesa dos Animais, disse que os fiscais encontraram “uma certa maquiagem” quando chegaram à ilha. Por isso, ele acredita que a situação dos cavalos é bem pior no dia a dia do que foi verificado. “Aqui carece de tudo, desde veterinário até instalações condizentes com os animais. As condições são as piores possíveis”, afirmou.

O deputado sinalizou que o relatório da fiscalização será entregue ao prefeito Eduardo Paes e ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas cabíveis. Os 34 cavalos existentes na Ilha podem ser transferidos para uma fazenda modelo localizada em Pedra de Guaratiba.

“A cocheira onde estavam os animais já foi interditada em 2010 pela Defesa Civil Municipal. O estado das suas baias é de calamidade”, acrescentou o deputado.

A vistoria contou com a participação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Secretaria Especial de Defesa dos Animais (SEPDA), e da Região Administrativa da Ilha de Paquetá, além de veterinários e da Associação Nacional de Implementação dos Direitos dos Animais (ANIDA).

Relatos de maus-tratos não são de hoje

Uma página criada no Facebook por pessoas preocupadas com os insistentes descasos do poder público com a Ilha de Paquetá denuncia os maus-tratos aos animais desde 2010. As fotos abaixo, publicadas no perfil “Ilha de Paquetá SOS” em 2010, mostram que os cavalos vivem em meio a esgoto e tratados como mero meio de ganho de capital há tempos. Feridos, amarrados, tristes e explorados.

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(Foto: Reprodução Facebook)
(Foto: Reprodução Facebook)

Em dezembro de 2010, membros da Secretaria Municipal do Meio Ambiente realizaram uma vistoria no local, mas a solução não foi dada. “Secretaria do Meio Ambiente, Administrador Geral, e Zoonoses. Ninguém faz nada!”, denuncia a página.

Um dilema compartilhado entre os habitantes da Ilha de Paquetá é a divisão de opiniões sobre as charretes. Parte deles defende que a atividade seja regularizada e teme que o fim das charretes represente a perda de um traço cultural preservado desde a época da Colônia. Já outros são totalmente contrários à manutenção de uma cultura que maltrata os cavalos.

“Tristeza ver esses animais assim e eles não tem nem como se defender”, comentou a internauta Marcelinha Sameiro em agosto de 2011.

“Falta água, milho, ração… O pouco verde vem de São Gonçalo, os cavalos sofrem muito, um fedor horrível nas baias, muita sujeira, muita doença”, afirmou Roberto Luiz Machado em julho do mesmo ano.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

As charretes são um dos mais antigos meios de transporte do bairro, onde não é permitida a presença de automóveis, ônibus e nenhum veículo poluente. As únicas outras formas de locomoção são os táxis ecológicos (de bicicleta) e o bondinho. Outro fato que se tornou motivo de discussões entre os moradores foi a chegada das bicicletas elétricas que atingem uma alta velocidade, apontadas como um perigo à segurança de crianças e idosos.

Fonte: SRZD

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