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Lagostas são torturadas cruelmente até a morte em indústria nos Estados Unidos

26 de setembro de 2013
4 min. de leitura
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Por Walkyria Rocha (da Redação)

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Uma grande fábrica no Maine, estado americano, está matando lagostas e caranguejos cruelmente, de maneira aterrorizante, de acordo com um grupo de direitos animais que filmou o vídeo do abuso. As informações são da CBS.

Pessoas pelo Ético Tratamento de Animais forneceu a CBS News um vídeo, no qual o grupo diz que foram filmados por um de seus investigadores no “Lagosta do Maine” de Linda Bean, em Rockland. A filmagem, que é parte de uma investigação de cinco meses da PETA, parece mostrar trabalhadores estraçalhando corpos de lagostas vivas e batendo a cara de caranguejos contra algo pontiagudo e forçando seus órgãos expostos contra cerdas giratórias.

“Esses animais estão morrendo de maneira torturante nessa indústria”, disse Dan Paden, gerente de análise de evidências, da PETA.

PETA diz que a Sra. Bean, proprietária da fábrica, negou as solicitações para um encontro com eles sobre o alegado abuso. A senhora Bean não respondeu de imediato ao pedido de um comentário feito pela CBS.

A organização disse que vai apresentar uma queixa-crime na terça-feira, com a polícia local e o promotor. O estatuto não isenta especificamente lagostas e caranguejos.

Cientistas e especialistas da indústria têm debatido se crustáceos – invertebrados que têm um sistema nervoso simples e bem menos neurônios que os vertebrados – são imunes à dor. Com muito poucas exceções no mundo, lagostas e caranguejos não são protegidos pelas leis de bem estar animal devido a antiga crença de que essas criaturas não podem sentir dor.

Sentem dor?

Quando as lagostas se debatem após serem colocadas em uma vasilha com água fervente, elas sofrem?

Um estudo conduzido pela Universidade de Oslo disse que provavelmente não, alegando que “lagostas e caranguejos têm alguma capacidade de aprendizado, mas não parece que sejam capazes de sentir dor”. Em 2005, um grupo de cientistas noruegueses concluiu que embora lagostas e caranguejos tenhas neurônios suficientes no corpo para reagir a estímulos ameaçadores, não há evidências de que sintam dor.

Mas um estudo divulgado mês passado sugere que lagostas e caranguejos realmente experimentam dor.

Robert Elwood, um pesquisador da Queen’s University de Belfast, estudou o comportamento de evasão de caranguejos da costa, oferecendo aos animais dois diferentes abrigos: um com um choque elétrico e outro sem. Elwood descobriu que os caranguejos que levavam choques pela segunda vez durante o experimento, eram muito mais propensos a escolher o outro abrigo na próxima tentativa. Os caranguejos no abrigo seguro permaneciam onde estavam.

Elwood, que analisou o vídeo gravado pela PETA, disse que o comportamento do caranguejo retratado na filmagem foi “condizente com o de um animal sentindo dor”.

Dr Bjorn Roth, um cientista do Instituto Norueguês de Alimentação, Pesca e Aquicultura, também analisou o vídeo sobre o método de abate da fábrica do Maine.

“Isso é talhar o animal vivo e sem dúvida causa dor”, disse Roth.

“Não há desculpas para o flagrante e, deveríamos dizer ilegal, cruel que está acontecendo nesse matadouro”, disse Paden.

A indústria de lagosta é um grande negócio no Maine, que processou um recorde de 127 milhões de libras no último ano. As estatísticas divulgadas pelo Departamento de Recursos Marinhos do estado mostra que os pescadores superaram em mais de 300 milhões de dólares no que arrecadou todo o estado em 2012. E de acordo com a Associated Press, o orçamento para o mercado de lagostas no Maine crescerá mais de seis vezes depois que entrar em vigor em Outubro uma nova lei.

Veja aqui o vídeo:

Nota da Redação: Convém dizer que essa revelação da crueldade em que lagostas e caranguejos são submetidos é uma prova do tratamento humano com os animais, mas isso não significa que a morte sem dor seria plausível. Qualquer forma de exploração animal é condenável e a morte intencional de qualquer animal é assassinato. Também é importante ressaltar que, o animal sentindo dor ou não, sua vida ainda precisa ser colocada como digna de respeito íntegro. 

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