Sete cães doentes que estavam trancados em uma casa abandonada no bairro do Farol, em Maceió (AL), foram resgatados por integrantes do Grupo Vida Animais de Maceió (Gevan), nesta segunda-feira (23).
Depois de uma denúncia anônima feita por moradores do bairro, Luceli Mergulhão, coordenadora do Gevan, e mais uma voluntária foram até o local. “Os animais estavam bebendo da própria urina e comendo fezes espalhadas pelo chão para poder matar a fome e a sede. Além de não se alimentarem, o local está insalubre. Nem luz do sol os animais tinham acesso”.
Assim que chegaram ao local, o grupo, com a ajuda da moradora Gerlley Vasconcelos, conseguiu colocar potes com água através de brechas nas portas em um ato de desespero ao ver que os filhotes estavam bebendo a própria urina. “Quando eles viram que tinha água brigaram para conseguir beber o líquido, já que estavam morrendo de sede”, disse.
O vizinho da casa ao lado, identificado apenas como José Cícero, foi o responsável por manter os cachorros presos. Quando questionado por Luceli, ele negou os maus-tratos e disse que sempre que é possível alimenta os cães, mas que não tem tempo para cuidar deles porque passa muito tempo fora de casa.
Com a chegada da Polícia Militar, José Cícero abriu as portas da casa. Lá, o grupo conseguiu resgatar uma fêmea magra e com sarna, além de dois filhotes. Após a PM pedir para ele a abrir as portas da casa abandonada, o próprio José Cícero teve que arrombar o portão da frente porque ele mesmo não tinha a chave.
Foram resgatados mais três animais. Um macho e dois filhotes. O cão adulto que estava com a aparência mais degradante: muito magro e com grandes feridas na pele. Apesar de afirmar por diversas vezes que alimentava os animais, mesmo sem ter a chave de onde os trancou, o responsável pelo imóvel disse desconhecer o péssimo estado de saúde dos cachorros.
“Eles estão com problemas de pele, desnutridos e bem assustados. Vamos encaminhá-los para o Centro do Zoonoses para que recebam atendimento médico e possam se recuperar. Já dois dos cachorros vão receber cuidados e serão colocados para adoção porque não aparentam ter nenhum problema mais sério além da sarna”, disse Luceli.
Segundo o sargento George, do 1º Batalhão da Polícia Militar (Bpm), mesmo sendo um crime ambiental, não foi feita nenhuma ocorrência contra o tutor dos animais. “Aqui não há mais nada a ser feito. Os animais já foram resgatados”, disse o sargento.
Denúncias
De acordo com Luceli, todos os dias o Gevan recebe pedidos de resgate. “Infelizmente é essa a nossa realidade. Nós temos uma Lei Municipal de 2003, que ampara a criação de uma delegacia que investigue este tipo de crime, mas nada é feito. Por não serem punidos, os criminosos têm é um incentivo para fazer este tipo de barbaridade”, afirma Luceli Mergulhão.
Fonte: G1
