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Projeto protege baleias-francas no Litoral catarinense (SC)

20 de setembro de 2013
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Baleias-francas são monitoradas constantemente em SC (Foto: Instituto baleia-franca/Divulgação)
Baleias-francas são monitoradas constantemente em SC (Foto: Instituto baleia-franca/Divulgação)

As Baleias-francas que visitam o Litoral catarinense são monitoradas com frequência em diversas praias do Sul do estado. Elas têm sido avistadas quase que diariamente. Cerca de 130 km da costa catarinense fazem parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia-Franca.

Este ano, segundo o doutor em biologia do ICMBio Paulo Flores, no primeiro voo de monitoramento, realizado no dia 2 de agosto pelo Projeto Baleia-Franca, foram avistados 40 animais da espécie. O trecho monitorado foi entre a cidade de Torres, no Rio Grande do Sul, e a Praia da Lagoinha do Leste, em Florianópolis.

No segundo voo de avistamento, realizado no dia 9 de setembro, o monitoramento foi entre Torres e a Praia da Galheta, em Laguna. “O trecho é bem menor e visualizamos 56 baleias. O ápice do número de baleias costuma ser em setembro. Por causa do nevoeiro não conseguimos fazer o voo completo até Florianópolis”, explica Paulo.

Segundo a bióloga marinha Gabriela Godinho, do Instituto Baleia-Franca, a temporada de aparecimento das baleias-francas é de julho a novembro. “As praias de Garopaba e Imbituba são as que mais registram o aparecimento de baleias, mas, este ano, quase todos os dias existem avistamentos resgistrados em praias de Laguna também”, diz Gabriela.

A água quente atrai os animais para o litoral catarinense. “É comum elas andarem em grupos nesta época. Elas vêm da Antártida para acasalarem e até mesmo para amamentarem os filhotes com mais conforto, devido à temperatura da água ser mais elevada. Em outubro elas começam a retornar para a Antártida e os grupos começam a diminuir”, explica Rodrigo Freitas, biólogo da Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (Unesc).

As baleias são identificadas pelos calos na cabeça. “É possível visualizar o padrão de calosidades na cabeça das francas, que permite o reconhecimento individual de cada uma. Esses calos são colonizados por pequenos organismos chamados popularmente de piolhos de baleia. É um tipo de crustáceo. Eles se organizam aos milhares, colonizam e conferem coloração branca. Por meio de fotografia desse padrão é possivel reconhecer cada baleia individualmente e acompanhar todo o ciclo de vida delas”, explica Karina Groch, do Instituto Baleia Franca.

Uma das situações acompanhas de perto pelos biólogos são os enredamentos, quando os animais ficam enroscados em redes de pesca. “É uma região pesqueira, não temos como proibir a colocação de redes. Em todos os casos que acompanhamos, as redes ficam presas nas calosidades da cabeça da baleia, mas, sempre se soltam ou arrebentam com o tempo. O comportamento é monitorado para ver se tem alguma alteração. Caso haja alguma mudança faríamos uma intervenção para a retirada, mas em nenhum caso em Santa Catarina isso foi necessário” explica a bióloga.

O Instituto Baleia-Franca trabalha em três frentes de preservação: por meio da pesquisa, da educação ambiental e do turismo. O Programa de Monitoramento busca o levantamento de dados sobre as características, comportamentos, tamanho da população, bioacústica, registro de enredamentos, entre outros. Já o Programa de Educação Ambiental é desenvolvido por biólogos a fim de despertar ações educativas junto à escolas e a comunidade. O turismo incentiva a observação de baleias, sendo repassadas informações sobre a biologia das baleias e a importância da preservação da espécie.

Fonte: G1

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