EnglishEspañolPortuguês

Organizações tentam salvar animais das enchentes no Colorado

18 de setembro de 2013
5 min. de leitura
A-
A+

(da Redação)

Suzanne Sophocles abraça seus cães resgatados de sua casa inundada em Boulder, Colorado. (Foto: Jeremy Papasso, The Daily Camera)
Suzanne Sophocles abraça seus cães resgatados de sua casa inundada em Boulder, Colorado. (Foto: Jeremy Papasso, The Daily Camera)

Primeiro, seca e incêndio. Agora, três meses depois, chuvas torrenciais e enchentes. O cenário atual no estado do Colorado (localizado no centro-oeste dos EUA) é arrasador, porém típico de diversas partes do mundo assoladas pela radicalidade de efeitos climáticos de um planeta que já colhe os efeitos do aquecimento global, onde quase não há mais nada a ser derretido.

As fortes chuvas começaram na semana passada. No dia 14 de setembro, uma moradora de Denver relatou que havia ocorrido o equivalente a três meses de chuva em 48 horas, de acordo com reportagem da Care2. Também no dia 14, na localidade de Boulder que foi uma das mais afetadas, foram registrados 183 milímetros de precipitação em cerca de 15 horas.

Após uma aparente trégua, as equipes de emergência finalmente têm conseguido acesso às zonas devastadas pela semana de chuvas torrenciais. De acordo com  informações da AFP, o saldo até então inclui destruição de estradas, cidades isoladas e desguarnecidas, mais de 17 mil casas danificadas e outras mais de 1.500 destruídas. No total, 11.750 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas; mais de 580 pessoas ainda estavam desaparecidas e oito mortes humanas foram oficialmente confirmadas até a terça-feira, dia 17 de setembro.

Como em todas as tragédias ambientais, não se tem estatísticas ou informações sequer aproximadas do número de vítimas animais não-humanas.

Até sábado à noite, supostamente 300 animais domésticos haviam sido evacuados dos condados de Boulder e Larimer, segundo o Huffington Post, mas esta informação é aproximada e portanto não fidedigna, provavelmente refletindo o número de animais que foram salvos acompanhando seus tutores.

Conforme reportagem da Global Animal, os primeiros socorristas contaram que haviam sido salvos “centenas de cães, gatos, cavalos, vacas, cabras e outras espécies”. Escolas e igrejas converteram-se em abrigos animais de emergência, e organizações humanas e abrigos animais continuam a trabalhar para reunir tutores com seus animais domésticos.

A ONG American Humane Association (AHA) enviou sua equipe ao estado para ajudar animais não-humanos no desastre.

Mulher com seu cão e pássaro, abrigados em igreja de Longmont (Foto: AP)
Mulher com seu cão e pássaro, abrigados em igreja de Longmont (Foto: AP)

Justin L. Scally, diretor nacional de Serviços de Emergência da AHA em Washington anunciou que um time de ponta está no local, trabalhando em conjunto com o Serviço de Controle de Animais do condado de Boulder e a Code 3 Associates, uma organização de resgate baseada em Longmont, que foi uma das mais regiões mais fortemente prejudicadas pelas enchentes.

Outra ONG que está atuando no salvamento de animais é a PetAid Disaster Services, e suas equipes estão em campo em várias localidades, como Denver, Adams, Boulder, Jefferson, e Larimer, bem como nos centros de operações emergenciais do Estado para prestar assistência conforme necessário.

Algumas galinhas fogem para telhado para escapar de enchente em Longmont (Foto: CNN)
Algumas galinhas fogem para telhado para escapar de enchente em Longmont (Foto: CNN)

“A PetAid Disaster Services existe para assistir a animais de pequeno e grande porte que estejam necessitando de cuidado veterinário ou outros serviços durante períodos de extremo stress e desgaste emocional sobretudo em situações como essa, de calamidade pública”, explicou Debrah Schnackenberg, diretora da organização. “Nós trabalhamos de maneira colaborativa com todas as organizações e agências envolvidas no desastre e buscamos prover recursos e orientação para segurança e bem-estar dos animais”.

Cavalo sozinho amarrado a uma cerca, com a água subindo em grande velocidade. Foi resgatado posteriormente (Foto: KUSA_9 News)
Cavalo sozinho amarrado a uma cerca, com a água subindo em grande velocidade. Foi resgatado posteriormente (Foto: KUSA_9 News)

Todas as entidades que participam das ações de resgate e realocação de animais das enchentes do Colorado estão aceitando doações através da Global Animal Foundation, para que possam cobrir despesas com assistência veterinária, alimentos, abrigo e medicamentos aos animais.

Para ajudar, clique aqui.

Animais em pânico e abandonados às águas

Quanto aos resgates de animais não-humanos desse desastre no Colorado, ainda há poucos relatos específicos de salvamento. A dimensão da tragédia é tão grande que possivelmente não houve tempo ou condições para se noticiar.

Muitos proprietários de fazendas foram obrigados a deixar suas casas no condado de Weld. A evacuação é sempre feita com muita pressa e essas pessoas subitamente se deram conta de que não poderiam levar o rebanho de bovinos com eles.

Segundo a Global Animal, desses incontáveis animais – todos criados para consumo humano, o que se tem notícia é que talvez alguns foram salvos depois, “ou estejam sendo salvos agora” das águas que não paravam de subir.

Bovinos criados para consumo humano assustados em meio à inundação no condado de Weld (Foto: CBS)
Bovinos criados para consumo humano assustados em meio à inundação no condado de Weld (Foto: CBS)

Animais não-humanos também entram em pânico diante de tragédias dessa natureza. A organização Good Samaritans, de Greeley, no Colorado, uniu pessoas para ajudar a resgatar e acalmar os animais abalados pelas tempestades, antes de levá-los a abrigos onde teriam assegurado o cuidado de que precisavam.

“Nós começamos puxando os cavalos”, disse uma mulher à ABC News. “Nunca vi nada assim antes”.

Morador resgata cavalos no Colorado. Foto: Doug Conarroe, North Forty News
Morador resgata cavalos no Colorado. (Foto: Doug Conarroe, North Forty News) 

Dan Perusek, delegado de Weld, começou as suas buscas na sexta-feira à noite quando as águas começaram a subir, e resgatou cabras presas que haviam ficado presas em estábulos.

Ele e seus vizinhos trabalharam por todo o sábado para resgatar 18 cavalos, e também lhamas, burros e bovinos.

“Eu não tenho filhos, mas tenho animais”, disse ele. “Alguém tem que dar a eles uma chance para lutar pela vida também”.

 

 

Você viu?

Ir para o topo