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Comercial da NET trata literalmente vaca como máquina

16 de setembro de 2013
2 min. de leitura
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Por Robson Fernando de Souza (da Redação)

Garoto-propaganda extrai ingredientes de capuccino de uma vaca, literalmente vista como uma máquina no comercial da NET. Foto: Reprodução
Garoto-propaganda extrai ingredientes de capuccino de uma vaca, literalmente vista como uma máquina no comercial da NET. Foto: Reprodução

Um comercial televisivo da NET vem revoltando veganos e vegetarianos. Na peça, produzida pela agência de publicidade Talent, presumivelmente levada ao ar no começo de setembro e publicado no YouTube no último dia 5 por alguém que parece ser um funcionário da empresa publicitária, o garoto-propaganda divulga o serviço da empresa fazendo capuccino de ingredientes extraídos das tetas de uma vaca, tendo como fundo uma paisagem arcadianamente bucólica.

As tetas são “acionadas” quando apertadas. Uma derrama leite, outra despeja café, outra coloca chantilly e outra jorra chocolate. O comercial é concluído com uma tremedeira do corpo da vaca, que está “processando” milkshake depois de ser “acionada” pelo puxar da cauda.

A vaca é literalmente tratada como uma máquina produtora de capuccino, seguindo-se a lógica especista da pecuária de tratar animais não humanos como objetos produtores de alimentos, longe de serem seres sencientes dotados de vontade própria e autonomia e direitos sobre seus próprios corpos e vidas. E o ambiente ao redor reproduz o mito carnista de que a criação de vacas ditas “leiteiras” se dá ao ar livre em ambientes inspiradoramente bucólicos e verdejantes e a ordenha é majoritariamente feita por simpáticos senhores que usam apenas um banquinho e um balde, algo cada vez mais distante da realidade atual da pecuária leiteira – o pouco que resta de pecuária leiteira extensiva está a anos-luz de suprir a demanda de milhões de brasileiros que consomem laticínios.

A propaganda reproduz os mitos de que os animais não humanos são máquinas “feitas” para nos servir e a pecuária leiteira é bucólica e simpática com as fêmeas exploradas, promovendo um patente desserviço antipedagógico à sociedade, que tem tais crenças reforçadas em seu imaginário coletivo e continua alienada do conhecimento sobre a verdadeira natureza da pecuária e o que os animais não humanos realmente são e merecem.

Assista abaixo ao vídeo e proteste negativando-o e comentando-o no YouTube. Denunciar ao CONAR não é uma opção, uma vez que o órgão não reconhece o especismo como abuso publicitário.

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