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Anorexia costuma ser mais frequente em gatos

13 de setembro de 2013
3 min. de leitura
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A gata Mel, de sete anos, perdeu três quilos antes que a tutora notasse que ela estava anoréxica. Gata já voltou ao peso anterior Foto/Divulgação
A gata Mel, de sete anos, perdeu três quilos antes que a tutora notasse que ela estava anoréxica. Gata já voltou ao peso anterior Foto/Divulgação

Falta de apetite, icterícia (pele amarelada), vômitos. Esses são alguns sintomas a que os tutores de gatos devem estar atentos, já que a presença deles pode ser o sinal de uma síndrome frequente entre os felinos: a anorexia. Diferentemente das condições em que é diagnosticada nos humanos, o distúrbio quando aparece nos animais é um sinal clínico e pode ser o indicador de alguma doença ou incômodo. Com o organismo mais frágil que de outros animais, diversas condições podem reduzir a palatabilidade dos gatos, que, se não for tratada, pode ter consequências graves ou até mesmo fatais.

De acordo com a a veterinária e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Roseana Diniz, diversos fatores podem desencadear o quadro clínico. “O gato é seletivo, então quando ele está inseguro quanto ao que vai comer, prefere ficar com fome. Essa característica pode facilitar o desenvolvimento da anorexia. Além disso, condições patológicas e não patológicas causam a síndrome. Desde uma doença, como infecções e inflamações até o estresse, causado por mudanças no ambiente em que vive o animal, podem levar à falta de apetite”, explica.

Mudanças que comprometem a saúde podem ser pouco notadas pelos tutores. Pois, segundo afirma Roseana, uma simples visita ou até um cheiro muito forte na casa podem ser motivos para estressar o felino e deixá-lo sem vontade de comer. “Costumo dizer que gato estressado é gato doente. Esse animal costuma ter uma rotina rígida, então, qualquer modificação no manejo do ambiente em que ele vive pode deixá-lo sem apetite”, conta.

Saber a causa da dificuldade de se alimentar é o primeiro passo para iniciar um tratamento eficaz. E, nesse caso, a observação do tutor pode contribuir bastante. No caso da arquiteta Mônica Oliveira, de 29 anos, a demora no diagnóstico foi fundamental para o avanço no quadro da gata sem raça definida, Mel, hoje com 7 anos. “Ela era obesa, então demorei a perceber que estava se alimentando mal. Quando notei, ela já estava com três quilos a menos”, lamenta.

Aos poucos Mel ficou mais quieta, isolada e apática. “Os gatos são muito discretos. A gente tem que observar bastante para notar alguns detalhes que fazem a diferença. Quando percebi que ela estava com algum problema fui logo ao veterinário”, diz Mônica. O diagnóstico foi de lipidose hepática, o acúmulo de gordura no fígado. O tratamento da gata foi feito na Clínica Veterinária Fauna, onde passou a se alimentar através da sonda. Sete dias depois de iniciado o tratamento ela voltou a comer normalmente.

Se o animal está se alimentando em menor quantidade já há dois dias, o tutor deve ficar alerta e observar o que pode estar causado a mudança. Oferecer ração de latinha e dar alguns pedaços de azeitona em conserva estimulam o apetite. Outra opção é liquidificar a ração ou forçar a alimentação com seringa, que facilitam a ingestão. “Os felinos precisam de doses diárias de vitaminas e aminoácidos, a falta delas causa sérios problemas”, explica Roseana.

Para evitar o aparecimento da anorexia, é importante manter o felino saudável. Estar em dia com as vacinas e com a vermifugação é um das maneiras mais eficazes. “Geralmente já existe uma predisposição para se intoxicar. Então, evitar acesso a plantas, produtos de limpeza, não dar medicação humana e não fazer mudanças bruscas no ambiente ajuda a prevenir”, completa a veterinária.

Fonte: Diário de Pernambuco

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