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Elefante de circo foge em busca de liberdade na França

10 de setembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Típico treinamento dado aos elefantes em circos (Foto: Divulgação)
Típico treinamento dado aos elefantes em circos (Foto: Divulgação)

Um elefante fugiu do circo que o aprisionava e, no desespero, acabou atropelando um homem de 80 anos com a tromba, que faleceu após o impacto. O acidente aconteceu neste domingo (08), na França. As informações são do Jornal de Notícias.

Segundo testemunhas, após a apresentação do circo em uma região próxima à Paris, o elefante, de forma inteligente, cobriu a cerca elétrica com uma lona, pulou com desespero as barreiras do circo e deixou o local onde estava.

As condições de vida e de treinamento de um elefante no circo já foram motivo de matérias na ANDA, com fotos que mostram como o elefante é “ensinado”. Se trata da utilização de técnicas cruéis, que causam sofrimento e muita dor aos animais.

Para realizarem os números que são vistos no circo, os elefantes passam por treinamentos que envolvem um duro condicionamento, vigilância, controle extremo e punição severa. São condicionados por meio da dor a realizarem cada número visto nos shows e são tratados como ferramentas de trabalho humano.

Como precisam ser presos em grandes gaiolas e correntes para a vigilância e o controle constantes, os elefantes acabam por permanecer a maior parte de seu tempo em pé ou deitados, e isso é terrível para uma espécie que corre cerca de 30 a 40km em habitat natural. Eles são completamente dominados: são acorrentados, ganchos são colocados para mantê-los de joelhos e são dadas surras diárias por um mês, para forçar o animal à total submissão.

As surras são bem específicas: com o uso de bastões pontiagudos, os elefantes sofrem golpes nos lugares mais sensíveis, como nas genitálias. Faz parte do treinamento dos adestradores a prática das torturas físicas aos elefantes, o que gera um clima de medo constante.

Todo este clima de medo (afinal, o circo é puro medo, já que todos os animais são adestrados da mesma forma) causa grandes tensões psicológicas para o elefante, que precisa se libertar de tais correntes – reais e simbólicas. O acidente com o idoso não demonstra nada mais do que o resultado da própria dominação humana sobre os outros animais.

Este acidente não deve ser visto enquanto uma prova da agressividade dos animais de circo, mas sim enquanto uma prova de que nenhum animal deve ser utilizado para o divertimento humano. Nenhum animal deve ser explorado. O impacto do elefante com o homem é um acidente que ocorre em meio ao desespero e a toda tensão concentrada no animal no momento da fuga.

A exploração animal em circos

Diversos grupos ativistas lutam pelo fim da utilização de animais em circos. A Colômbia é um exemplo de país que proibiu qualquer uso de animais para a diversão humana e o argumento é simples: os circos não têm a menor possibilidade de assegurar a vida digna e, nem mesmo, a sobrevivência dos animais. Um argumento que, na prática, é universal.

O caso da elefanta estoniana, que morreu por insuficiência cardíaca na beira de um rio após apresentar fraqueza, é um exemplo de que a vida de qualquer animal em um circo está limitada e ameaçada. Além do princípio básico do respeito à integridade física do animal ser completamente esquecido, a integridade moral do animal também não é respeitada, já que ele é utilizado como um brinquedo vivo, como um ser indigno do reconhecimento de seu valor moral.

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