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Treinamentos da Marinha afetarão milhões de baleias e golfinhos

8 de setembro de 2013
3 min. de leitura
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(da Redação)

Milhares de mamíferos marinhos serão afetados por detonação de explosivos e testes da Marinha americana. Foto: J. D. Ebberly via Flickr
Milhares de mamíferos marinhos serão afetados por detonação de explosivos e testes da Marinha americana. Foto: J. D. Ebberly via Flickr

Treinamentos e testes a serem realizados pela Marinha americana nos próximos anos estarão matando centenas de baleias e golfinhos, e machucando milhares, a maioria em decorrência da detonação de explosivos debaixo d’água, de acordo com duas declarações de impactos ambientais publicadas pelos militares recentemente. As informações são da Global Animal.

A Marinha disse que os estudos tiveram foco nas águas da Costa Leste, no Golfo do México, no Sul da Califórnia e Havaí de 2014 a 2019, as principais áreas visadas para testes de equipamentos e treinamentos de marinheiros.

Os estudos foram feitos para o que o National Marine Fisheries Service concedesse autorização para a Marinha realizar as suas atividades. A Marinha disse que, se não tivesse feito isso e mais tarde se constatasse que veio a prejudicar mamíferos marinhos, seria acusada de violação da lei ambiental federal e teria que parar seus treinamentos e testes.

A maioria das mortes viria de explosivos, embora algumas poderiam vir de sonares ou de animais sendo atingidos por navios de testes. Kevin Lousas, diretor da divisão de prontidão ambiental e energia da Marinha, disse a jornalistas nesta semana que a Marinha usa simuladores sempre que possível, mas os marinheiros devem testar e treinar em condições reais.

“Sem esses testes e treinamentos realísticos, nossos marinheiros não podem desenvolver ou manter habilidades críticas que eles precisam ou assegurar que novas tecnologias possam ser operadas efetivamente”, disse Slates em uma conferência com repórteres.

Segundo os relatórios, modelos computadorizados mostram que a prática poderá matar 186 baleias e golfinhos na Costa Leste, e 155 no Havaí e Sul da Califórnia. A Marinha afirma ter desenvolvido as estimativas pelo total de horas de testes e práticas com sonares, torpedos, mísseis, explosivos e outros equipamentos em cinco anos. Então, especialistas combinaram os dados com o que se conhece dos mamíferos marinhos e usaram a modelagem computadorizada.

Na Costa Leste, poderia haver 11.267 ferimentos sérios e 1.89 milhões de lesões “menores”, como a perda temporária da audição de animais. Os relatórios também apontam que os testes e treinamentos podem até mesmo acusar mudanças de comportamento nos animais – tais como nadar em direções diferentes – em 20 milhões de casos.

Já no Havaí e no Sul da Califórnia, os estudos disseram que as atividades navais podem provocar 2.039 ferimentos graves, 1.86 milhões de ferimentos temporários e 7.7 milhões de casos de mudanças comportamentais.

Mas Michael Jasny, analista senior do Conselho de Defesa de Recursos Naturais, informou que a Marinha está sub estimando o efeito de suas atividades sobre mamíferos marinhos.

Por exemplo, ele citou um estudo feito pelo governo e cientistas da iniciativa privada publicado no mês passado no jornal Proceedings of the Royal Society, mostrando que o sonar de média frequência pode atrapalhar a alimentação da baleia azul. Interrupções de alimentação e movimento das baleias longe de suas presas podem afetar significativamente a saúde das baleias individualmente e a saúde geral das populações de baleias de barbatanas.

Jasny disse que as atividades da Marinha no oceano “simplesmente não são sustentáveis”.

“Essas interrupções e mortes estarão resultando em algo como a morte de espécies e morte de populações”, disse Jasny.

Assine a petição para que esse projeto da Marinha não tenha continuidade:

http://petitions.moveon.org/sign/stop-us-navy-plans-to-1

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