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Ativistas de Viana do Castelo querem praça de touros como palco de promoção artística

4 de setembro de 2013
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tourada
Foto: Divulgação

Um grupo de ativistas que reclama o fim das touradas em Viana do Castelo, Portugal, defendeu hoje (04) a transformação da antiga praça de touros, adquirida pelo município, num espaço para promover artistas e para apoiar casos de “emergência animal”.

A posição foi transmitida à agência Lusa pela porta-voz do movimento “Touradas em Viana? Não obrigado”, que em julho entregou na autarquia um abaixo-assinado com mais de 1.400 apoios, contra o regresso das corridas de touros ao concelho.

Recordando que a Câmara de Viana do Castelo investiu, financeiramente, na aquisição da desativada praça de touros da cidade, Ana Macedo defende que “simplesmente esquecer que [ela] existe não faz qualquer sentido”, até em termos económicos. Mesmo “sem que seja destruído o traço do edifício que, pelo seu simbolismo, é importante manter”, aponta.

Uma das utilizações reclamadas por este grupo de ativistas locais para aquele espaço – sem atividade desde 2008 -, passa pela vertente cultural, aproveitando-o “para exibição e promoção de trabalhos de jovens artistas” locais.

“Para partilhar com o público o seu trabalho. Usar o espaço para a verdadeira cultura parece-nos imprescindível e as próprias paredes poderão ter exposições temáticas sobre as touradas e o que foi a crueldade de tal atividade”, explicou.

A implementação de um Centro de Ciência Viva, tal como chegou a ser pensado pela autarquia, mas dinamizado através de voluntariado, é outra das propostas, com especial ênfase na reutilização do espaço na defesa do bem-estar animal.

“Como um centro de emergência animal. Não um santuário para animais, já que o espaço não seria suficiente nem se coordenaria facilmente com as outras duas atividades, mas um local de recolha, em emergência, com a garantia de procura imediata de soluções para cada caso”, reclamou ainda Ana Macedo.

A pintura do exterior da antiga praça de touros por jovens artistas é também proposta por este movimento, que a 18 de agosto realizou um protesto com mais de 300 pessoas contra a realização de uma tourada em Viana do Castelo.

“As despesas são mínimas, se tudo for organizado maioritariamente em regime de voluntariado. Acima de tudo, transforma-se um espaço morto que foi, um dia palco de tortura, num local de ensino, amor e cultura”, reclamam.

A praça de touros foi construída em 1948, tendo 4.900 lugares e 18 camarotes. Teve uma intensa atividade inicial mas, nos últimos anos, ficou reduzida a apenas um espetáculo anual.

Em janeiro de 2009, o então presidente da Câmara, Defensor Moura, autorizou a aquisição pelo município a um grupo privado, pelo valor simbólico de 5.127 euros, mas até hoje não foi dada qualquer utilização pública ao equipamento.

Ainda em 2009, aquele mesmo executivo aprovou uma deliberação recusando a realização de touradas no concelho, sempre que tal dependesse da autarquia, transformando Viana do Castelo no primeiro município “antitouradas” do país.

Contudo, desafiando essa posição, a federação das associações taurinas “Prótoiro” realizou duas touradas no concelho, em 2012 e 2013, instalando para tal uma arena amovível em terrenos privados, autorizada pelo tribunal.

 *Esta notícia é original de Portugal e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores portugueses

Fonte: Notícias ao minuto

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