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Troca do cabeamento da rede elétrica está ajudando a preservar os muriquis

2 de setembro de 2013
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A troca do cabeamento da rede elétrica está ajudando a preservar a existência, na natureza, do maior primata das Américas, o muriqui, uma das espécies mais ameaçadas de extinção na atualidade. No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro – unidade de conservação de 14.984 hectares localizada no coração da Zona da Mata mineira, cercado pela Mata Atlântica e repleto de montanhas, vales, chapadas, encostas além de diversos cursos d’água – vivem 300 dos 1.500 macacos da espécie que ainda restam no planeta.

A fim de minimizar os riscos de choques na rede elétrica, que podem ocasionar a morte desses e de outros animais, a Cemig efetuou, neste mês de agosto, a troca de parte da rede de distribuição rural monofásica com cabo nu para rede protegida. Na prática, isso significa que, se algum animal tocar acidentalmente a rede, como é comum ocorrer com os macacos, ele não receberá descarga elétrica. A rede protegida não evita que o choque ocorra, caso o animal permaneça sobre o cabo por muito tempo, mas, como os muriquis costumam escolher trilhas para seu deslocamento, o risco de acidentes é muito menor.

A Cemig é responsável pelo fornecimento de energia elétrica em uma parte do parque, que abriga 20% dos muriquis ainda existentes no mundo. As alterações foram realizadas em três trechos distintos, na área central da unidade de conservação. O trabalho foi desenvolvido ao longo de um mês. Foram trocados 1.350 metros de rede convencional por cabos protegidos, com a instalação de seis postes intercalados. Também foram retirados 513 metros de cabos nus da mata e instalados 616 metros de rede protegida ao longo da estrada, o que também contribui para a redução do risco de contato dos animais com o cabeamento de energia.

A Cemig investiu R$ 80 mil na troca do cabeamento no local. Projetos semelhantes a este devem ser implantados em outras áreas até o final do ano. Representantes da Reserva Natural de Preservação Permanente Miguel Abdala, localizada na cidade de Caratinga, procuraram a companhia para efetuar o mesmo tipo de serviço no local, que também abriga um grupo de macacos da espécie muriquis. Na reserva, o cabeamento protegido vai substituir três quilômetros de rede de distribuição rural monofásica com cabo nu, totalizando investimentos de R$ 140 mil por parte da Cemig.

Criado em 27 de setembro de 1996, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro está localizado a cerca de 290 quilômetros de Belo Horizonte e foi aberto à visitação em março de 2005. A unidade de conservação fica no extremo norte da Serra da Mantiqueira, ocupando terrenos nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino.

O local possui inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do rio Doce e a do Paraíba do Sul. Nele, estão localizados vários picos: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908 m), o do Grama (1.899 m) e o do Boné (1.870 m). A altitude e o relevo amenizam a temperatura local e a neblina cobre os picos durante quase todo o ano, formando uma das mais belas imagens da região.

Considerado um oásis botânico, o parque constitui um ecossistema rico em espécies vegetais como bromélia, peroba, ipê, orquídea, cajarana, jequitibá, óleo-vermelho e palmito doce. A neblina propicia as condições para a formação de um ecossistema rico em orquídeas, samambaias, liquens, bromélias, variedades de gramíneas, arbustos e cactus, dentre outras espécies. Fazem parte da infraestrutura da unidade de conservação centros de pesquisa, posto da polícia ambiental, laboratórios, alojamentos para pesquisadores, Centro de Visitantes e de Administração, além de residências para os funcionários.  

Fonte: Diário de Pernambuco

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