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Esporotricose: ninguém precisa ser sacrificado!

29 de agosto de 2013
3 min. de leitura
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Sabe-se que a esporotricose ocorre com maior freqüência em pessoas que lidam com o solo e vegetais contaminados com o fungo Sporothrix schenckii muito comum em áreas de clima úmido e temperado. Os profissionais que correm mais risco são os jardineiros, floristas, horticulturistas e agricultores, embora exista relato de pessoas que se contagiaram trabalhando em áreas de pouca higiene.

A esporotricose também pode surgir em animais que tenham contato com plantas infectadas com o fungo ou em brigas com outros animais já contaminados, por isso uma boa solução é castrar seu animalzinho para evitar saídas por fêmeas no cio e, consequentemente, as brigas.

Adivinhar onde o fungo está instalado é impossível, daí o melhor a fazer é estar sempre com luvas ao entrar em contato com jardins, hortas, solos etc. Há algum tempo, esta doença era conhecida como a “doença da roseira” devido à infecção por corte de espinhos das plantas contaminadas.

A esporotricose pode ser curada de maneira fácil, como qualquer doença, ninguém precisa ser sacrificado por conta dela. O sinal mais comum da doença é o surgimento de um caroço avermelhado, dolorido, que vira uma ferida que não cicatriza e aumenta em número e tamanho. Nos animais os sintomas são os mesmos, em algumas pessoas podem surgir inchaço, vermelhidão e dor nas juntas. O tratamento pode durar de dois a seis meses, numa pessoa que tenha defesa normal a cura é total.

Segundo a Drª Andréa Lambert, muitas espécies, incluindo cavalos, gatos, cães, animais silvestres e o próprio homem podem adquirir esta doença através de pequenos ferimentos no contato com plantas contaminadas e a infecção ocorre quando há inoculação do fungo no tecido subcutâneo por meio de pequenos traumatismos. Ainda para a doutora, não há nenhuma razão para que um animal infectado seja perseguido, maltratado e eutanasiado, pois a esporotricose tem cura e quanto mais rápido o tratamento, mais fácil é a recuperação do animalzinho.

A transmissão da doença dos animais para o ser humano não é aceita por todos os autores, assim como a transmissão de pessoa para pessoa também não o é por outros tantos, mas é necessário que se tenha o cuidado de tratar corretamente os animais infectados e o homem para que a doença não se alastre desnecessariamente.

Cuidados para curar seu animalzinho, caso esteja infectado:

• Procurar um veterinário imediatamente;
• manter seu animalzinho isolado e dentro de casa;
• manusear seu animalzinho sempre com luvas, desinfetando com água sanitária o local onde ele esteja;
• não interromper o tratamento prescrito pelo veterinário até que o mesmo dê alta ao seu bichinho.

Quanto ao homem, se infectado, o caminho mais acertado é uma consulta a um dermatologista, que é o especialista indicado para diagnosticar as lesões que aparecem na pele. Como podem ver, a esporotricose não é motivo para sacrificar ninguém, caso contrário, não teríamos quem plantasse, colhesse, limpasse, construísse etc.

Higiene é a palavra-chave para que muitas zoonoses desapareçam do planeta. Povo limpo é povo desenvolvido e saudável. Exijam que seus municípios sejam tratados corretamente, afinal, os impostos que pagamos têm que servir ao povo e não servir para enriquecer prefeitos desonestos, a dengue que o diga!

Fontes:

Andréa de Jesus Lambert – médica veterinária CRMV-RJ 3123
http://www.unirio.br/ccbs/revista/cadbra2001/doen%E7a%20infecciosa.htm
http://www.sbdrj.org.br/epidemia_de_espo
http://www.manualmerck.net/?id=211&cn=1787

*Por Fátima Borges – Professora de Português e Teatro Infantil, Colunista, Artista Plástica e Poetisa

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