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Projeto de preservação de golfinhos completa 23 anos em Fernando de Noronha (PE)

27 de agosto de 2013
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Na última sexta-feira (23), o Projeto Golfinho Rotador completou 23 anos de atividades de pesquisa e preservação da espécie de golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha (PE). Desde a criação, em 1989, pesquisadores já realizaram mais de seis mil dias de observação e 1,5 mil mergulhos com os animais. Eles estimam uma população de 10 mil indivíduos no arquipélago. Além de pesquisar e promover atividades para preservar o comportamento natural dos golfinhos, a iniciativa compreende a promoção do desenvolvimento sustentável na região e a conscientização ambiental de moradores e visitantes.

Um desafio constante do projeto é equilibrar as ações de preservação com o turismo local. Os golfinhos usam o arquipélago para descanso, reprodução e para cuidar dos filhotes, entre outras atividades importantes para a manutenção da população. Contudo, as pesquisas do projeto apontam que o turismo náutico tem impactado no deslocamento dos rotadores para novas áreas no arquipélago, como Baía de Santo Antônio e Entre Ilhas. Entre 1991 e 2005, os golfinhos ocupavam a Entre Ilhas em 30% dos dias do ano. Hoje, há golfinhos-rotadores descansando na região em 93% dos dias, enquanto que, na Baía dos Golfinhos, área protegida desde 1987, o tempo de permanência caiu para 2h36min por dia, contra 8h nos primeiros 10 anos do projeto.

“Em curto prazo, a possível reação é o abandono da área e, em longo prazo, a diminuição da população”, alerta o coordenador do projeto, José Martins. “Por isto, medidas de proteção aos golfinhos precisam ser urgentemente implementadas em Fernando de Noronha, entre elas, limitar a velocidade das embarcações em todas as áreas de concentração de golfinhos e não permitir o acesso de barcos em Entre Ilhas, área preferencial de descanso de golfinhos no arquipélago”, ressalta.

O programa de pesquisas é desenvolvido por meio de observações do comportamento natural, análise de registros de imagens e sons, coleta de material genético e análise das interações destes golfinhos com o turismo. O projeto reúne resultados expressivos, como afirma José Martins. “Propomos, divulgamos e passamos a fiscalizar o cumprimento das normas de conservação de cetáceos em Fernando de Noronha, contribuímos para ampliar a consciência dos moradores e visitantes quanto à necessidade de se preservar os golfinhos, e descrevemos os comportamentos de descanso, reprodução, guarda e amamentação da espécie em ambiente natural e capacitamos moradores para atuar no mercado de trabalho de turismo”.

Por meio das atividades de educação ambiental, foram atendidos mais de 8,5 mil alunos da região. Além disto, o projeto promove, de forma gratuita, a capacitação de jovens noronhenses em profissões relacionadas ao turismo local, como instrutor de mergulho autônomo e conversação em inglês. E também realiza um programa de consultoria gratuita em gestão sustentável aos meios de hospedagens, pelo qual tem registrado melhora na gestão do uso da água, eficiência energética, resíduos sólidos, efluentes líquidos e insumos.

Fonte: Terra

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