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Pantanal mato-grossense ganha campanha para salvar onça-pintada

26 de agosto de 2013
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Conhecida por ser um santuário ecológico e habitat de milhares de espécies animais e vegetais, algumas exclusivas desta região do planeta, o Pantanal ganhou neste sábado (24/08) um projeto para preservar a onça-pintada, felino ameaçado de extinção.

A primeira atividade da campanha reuniu no coração do Pantanal, em Corumbá, no Mato Grosso, artistas e defensores do meio ambiente em diversos eventos culturais e lúdicos focados na espécie.

Com 250 mil quilômetros quadrados, o Pantanal tem uma área equivalente a Portugal, Suíça, Holanda e Bélgica juntos, e desde o ano 2000 é considerado pela Unesco como uma Reserva da Biosfera e Patrimônio Mundial da Humanidade.

A região também é um dos poucos refúgios que restam para a onça-pintada, animal típico das Américas que está na lista de espécies ameaçadas de extinção no Brasil e que já quase desapareceu totalmente em outros países, como nos Estados Unidos, onde existem apenas alguns exemplares no Arizona.

“O que se pretende é levar conhecimento e informação e, de alguma maneira, influenciar nas atitudes das pessoas, desde as crianças até os adultos”, disse a cientista Grasiela Porfirio, uma das responsáveis pela iniciativa.

A campanha começou com o “Sábado da Onça”, que atraiu centenas de moradores de Corumbá e turistas com peças de teatro, cinema, oficinas ecológicas e uma exposição fotográfica sobre o felino, que em sua fase adulta pode chegar a pesar cerca de 100 quilos.

“Conhecendo mais sobre a onça e descobrindo sua importância para o Pantanal, é possível que as pessoas se preocupem mais por sua existência”, declarou Gustavo Gaertner, outro dos responsáveis pela campanha.

Segundo diversos estudos científicos, as principais ameaças para a onça-pintada são a caça e o avanço da fronteira agrícola no Mato Grosso do Sul.

A agropecuária, que cresceu muito na região nos últimos anos, leva a uma diminuição das florestas e reduz consideravelmente o habitat do animal e de muitas outras espécies, que se viram obrigadas a emigrar ou são caçadas pelos fazendeiros, não apenas por esporte mas também para proteger seu rebanho bovino.

“É necessário combater a caça, reduzir os índices de desmatamento e as queimadas” das terras que são preparadas para a agricultura, afirmou Gaertner. Para ele, se não forem atingidas pelo menos estas três metas a existência da onça-pintada e de outros animais do Pantanal seguirá ameaçada.

Embora não existam dados oficiais sobre a redução da população da onça-pintada no Pantanal, relatórios sobre a forte diminuição da espécie na região das Cataratas do Iguaçu são alarmantes.

Segundo um estudo divulgado em junho, nesta área de fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai havia até pouco mais de duas décadas cerca de 180 onças-pintadas e hoje esta população é de apenas 18 exemplares.

O estudo, realizado por cientistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, concluiu que, com esse ritmo, em 80 anos as onças-pintadas estarão totalmente extintas na região das cataratas.

Fonte: Terra

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