EnglishEspañolPortuguês

ONG que guardava cães mortos na geladeira mantinha canil sem alvará

16 de agosto de 2013
3 min. de leitura
A-
A+

O canil da União Protetora dos Animais (UPA), onde a Polícia Civil encontrou nesta quarta-feira (14) filhotes de cachorros mortos guardados na geladeira junto com uma porção de carne, funcionava há três anos sem alvará. Esta e outras irregularidades sanitárias foram atestadas nesta quinta, quando agentes da Prefeitura de Campinas (SP) realizaram fiscalização no local. O deputado Feliciano Filho (PEN), fundador da entidade, admitiu a falta da licença de funcionamento, negou a ocorrência de maus-tratos no local e anunciou que o canil será fechado.

Fiscalização no canil da UPA ocorreu durante a tarde desta quinta-feira  (Foto: Lana Torres / G1)
Fiscalização no canil da UPA ocorreu durante a tarde desta quinta-feira (Foto: Lana Torres / G1)

A fiscalização no canil, que fica em uma área acessada por uma estrada de terra a partir do km 91 da Rodovia Anhanguera, teve início por volta das 14h30 e durou aproximadamente duas horas. Estiveram no local agentes do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), do Departamento de Urbanismo e da Secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentável.

O local foi alvo de uma operação da Polícia Civil, que conseguiu na Justiça mandados de busca e apreensão, cumpridos nesta quarta. Durante a vistoria, os policiais encontraram quatro cachorros mortos dentro de uma geladeira, junto com uma quantidade de carne moída que estava estragada e alguns remédios para os cães.

Sem alvará

O agente de urbanismo Jurandyr Degressi Junior informou que a Prefeitura deu um prazo de três dias para que a ONG dê entrada no pedido de alvará e, caso a situação não seja regularizada, a entidade poderá ser interditada e pagar multa de cerca de R$ 1,5 mil. Degressi admitiu que nesses três anos de funcionamento, a Prefeitura não tinha conhecimento da atividade no local e, por isso, não havia feito a fiscalização antes.

Feliciano, que respondeu pela ONG, confirmou que o local funcionava sem alvará porque, segundo ele, o espaço seria usado provisoriamente e só se estendeu por três anos porque o poder público não tem efetuado políticas de cuidado com os animais e a entidade precisou assumir esta função.

Problemas sanitários

Na área sanitária, o veterinário da vigilância Luiz Henrique Martinelli Ramos informou que foi identificada uma série de irregularidades. “Onde lavam os canis, não tem um ralo com tampa para que a água seja drenada. A tubulação está encaminhada de maneira precária e está sendo jogada direto ao solo. Não há um tratamento dos resíduos. Nós encontramos também, no local onde ficam as rações, vestígios de roedores e uma ração que parecia ser nova, mas não pudemos comprovar a identidade, o fabricante, e para que tipo de animal ela é dada”, explicou.

O fiscal da Devisa disse que, ao contrário das condições encontradas pela Polícia Civil na segunda-feira, quando havia fezes e xixi espalhados pelo local onde os cães ficam, não havia mais problemas de higienização no espaço. Diante disso, coube apenas uma multa pelas falhas estruturais, que ainda não foi calculada, mas pode chegar a R$ 1,6 mil.

O deputado estadual negou as irregularidades e disse que as denúncias são produto de uma armação política com a intenção de prejudicá-lo.

Maus-tratos

A titular da delegacia do Meio Ambiente de Campinas, Rosana Mortari, acompanhou a fiscalização e determinou a retirada de cinco cães que, segundo ela, estavam em situação de saúde mais precária. Os animais foram encaminhados de camburão a clínicas veterinárias que oferecerão o tratamento de forma voluntária. De acordo com a policial, após a recuperação, eles serão encaminhados para a adoção.

Com relação à situação dos animais, o fundador da ONG disse que o local funcionava como centro de recuperação e que os animais doentes chegaram ao local pior do que estavam. “Eles recebiam atendimento veterinário diariamente”, garantiu.

Fonte: G1

Você viu?

Ir para o topo