EnglishEspañolPortuguês

Fundadora de marca de produtos veganos fala sobre respeito e amor aos animais

28 de julho de 2013
6 min. de leitura
A-
A+
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Fundadora da empresa J´adore mes amis – marca de produtos veganos –  Rosana Tsibana defende há anos a causa dos direitos animais. Ativista e embaixadora da Boa Vontade da província de Okinawa no Brasil, Rosana já lutou em manifestações a favor do Sea Shepherd e se dedica diariamente a projetos voltados ao veganismo.

Agora, em conversa exclusiva com a repórter Natália Prieto, Rosana fala sobre o surgimento da empresa, os próximos lançamentos e levanta importantes questões como reciclagem, trabalho voluntário e os desafios para levar sua mensagem de respeito e amor aos animais.

Confira:

ANDA – Como e quando surgiu a ideia de criar a marca J´adore mes amis (JMA)?

Rosana Tsibana – A ideia de criar uma marca que refletisse o sentimento pelos animais é antiga, mas se concretizou de fato em 2011, quando surgiu a JMA – J’adore mes amis. J’adore mes amis é uma expressão francesa que significa: adoro meus amigos!

É um sentimento que nos inspira e nos motiva a fazer mais e mais pelos animais, pela natureza e pelo planeta. De forma ativa, alegre e criativa, por meio de estampas, cores e materiais ecologicamente corretos, a JMA chegou para se juntar a todas as pessoas que se preocupam com o futuro do planeta, com o meio ambiente e com todas as formas as de vida. J’adore mes amis é a expressão do desejo de um mundo sem crueldade, sem destruição e sem desperdício. É o desejo de um mundo de paz, amor e acima de tudo, respeito.

ANDA – No Brasil temos algumas linhas de roupas e produtos sustentáveis, mas qual o diferencial da JMA em relação às outras?

Rosana Tsibana – A JMA tem como princípio básico o veganismo, ou seja, não utiliza nenhuma matéria prima de origem animal, como por exemplo, seda, lã, couro, pele ou penas. Utilizamos nas camisetas algodão e fibra de garrafa PET reciclada, nas bolsas o mesmo algodão reciclado, produzido a partir de sobras de tecidos utilizados em tecelagens, que por estarem separadas por cor, não há necessidade de adição de qualquer espécie de tinta ou corante.

ANDA – Os conceitos sustentáveis hair&skin têm crescido consideravelmente nos últimos anos, mas quais os avanços que o Brasil ainda deve conquistar se comparado aos países de primeiro mundo?

Rosana Tsibana – O Brasil tem avançado muito no desenvolvimento de produtos sustentáveis na área hair&skin. Muitas empresas têm procurado se adequar para atender um mercado cada vez mais exigente e consciente. O Brasil é muito rico em matérias primas de ótima qualidade, tecnologia, recursos naturais e recursos humanos. Porém, é muito importante conciliar crescimento, avanço e produtividade com desenvolvimento sustentável. Deve haver também um comprometimento no desenvolvimento social de todos os envolvidos na cadeia produtiva das empresas, assim como ter como base econômica a preservação ambiental. Desta forma, garantimos a sustentabilidade do planeta, o comércio justo com a oferta de produtos saudáveis e de qualidade no mercado e economicamente viáveis para todos.

ANDA – Os produtos da linha Le Bidou Tea Tree não contêm nenhum componente de origem animal. Infelizmente, algumas pessoas ainda se agarram à ideia da necessidade de testes em animais para comercializar produtos não prejudiciais a saúde do homem, e também do animal. Como são realizados os procedimentos para testes dos produtos da JMA?

Rosana Tsibana – Os produtos da Linha Le Bidou Tea Tree são 100% veganos e criados por profissionais altamente qualificados em desenvolvimento de produtos.

Todos os ingredientes são elaborados para que tenhamos ótimos resultados e ótima performance dos produtos. Produzimos um lote inicial e convidamos veterinários, ONGs e vários voluntários para utilizar os produtos e, após o uso, opinar nas seguintes questões: limpeza, espalhabilidade do mesmo, cheiro, maciez do pelo, brilho, hidratação, efeito desembaraçador de pelos e algo mais que queiram detalhar. Na linha humana distribuímos os produtos para pessoas que se candidatam a experimentá-los e anotamos todas as considerações para os ajustes necessários. Normalmente temos 100% de aceitação e aprovação dos nossos produtos.

ANDA – Como e onde são realizados os processos da transformação de garrafa pet em camisetas?

Rosana Tsibana – Para uma camiseta de PET (Politereftalato de Etileno) reciclado retiram-se duas garrafas de dois litros do meio ambiente. Dois refrigerantes vazios e a mistura com algodão resultam em uma peça eco-eficiente para vestir. Para entender o processo de fabricação das camisetas, basta compreender que o polietileno das garrafas PET é um material termoplástico, o que significa que pode ser reaproveitado diversas vezes pelo mesmo ou por outro processo de transformação. Quando são aquecidos, esses plásticos amolecem, fundem e podem ser novamente moldados. Outros benefícios: geração de novos empregos.

Cada camiseta é produzida com 50% de poliéster reciclado de PET e 50% de algodão.

Cada fornecedor de tecido tem um local de reciclagem e tecelagem. O que exigimos dos nossos fornecedores de camisetas é a garantia da não utilização de mão de obra escrava e a seleção de matéria-prima ecologicamente correta, sustentável e vegana.

ANDA – Pretende ampliar alguma linha da JMA até o final do ano?

Rosana Tsibana – Acabamos de lançar duas novas estampas de camiseta da coleção “O QUE NÓS QUEREMOS?” – FIM DOS TESTES EM ANIMAIS e LIBERTAÇÃO ANIMAL AGORA! nos modelos feminino e tradicional, em preto e em branco.

Até o final do ano teremos mais novidades também na linha Le Bidou, mas ainda é segredo. Aguardem!

ANDA – Além da compra dos produtos, como as pessoas podem colaborar com a JMA?

Rosana Tsibana – A melhor forma de colaborar com a JMA é divulgar o nosso trabalho, interagir conosco nas mídias sociais como o Facebook, por exemplo, e nos ajudar a passar a mensagem de que é possível construir uma empresa ética sem a exploração de animais, natureza e pessoas.

ANDA – Como embaixadora da Boa Vontade da província de Okinawa no Brasil, quais outros projetos você acredita e defende em prol dos animais?

Rosana Tsibana – A minha luta pela defesa dos direitos animais é uma luta constante diante te tanta crueldade existente mundo afora. Poderia enumerar vários projetos de educação e de ativismo que acredito e defendo, como o fim do abandono de cães e gatos, fim dos animais em circos, da matança de baleias e golfinhos no Japão, fim do uso peles, penas, fechamento de todos os abatedouros do mundo, touradas, rodeios e vaquejadas, exploração de cavalos, consumo de cães e gatos na Ásia, tráfico de animais silvestres, exploração animal na indústria e no comércio, testes em animais, entre muitos outros projetos.

Porém, acredito que a minha maior contribuição para os animais, para as pessoas e para o planeta, como pessoa e como empresa, é a difusão do VEGANISMO. Conscientizar as pessoas sobre o respeito pelos animais humanos e não humanos é fundamental para a construção de uma vida digna, ética, pacífica, feliz e completa e de um planeta VIVO, saudável e sustentável.

ANDA – Como enxerga o papel da ANDA dentro deste cenário na defesa dos animais?

Rosana Tsibana – A ANDA tem um papel fundamental na defesa dos animais. Somente por meio da informação e educação é que iremos promover mudanças significativas na sociedade e no mundo. Comunicação e conscientização fazem parte do processo evolutivo de uma civilização, por isso acredito muito que a ANDA seja um dos elos mais importantes dentro do movimento dos direitos animais, capaz de levar às pessoas um jornalismo ético e verdadeiro, promovendo assim o respeito pelos animais.

Você viu?

Ir para o topo