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Baleia-franca com pedaço de rede preso na cabeça é avistada em Laguna (SC)

26 de julho de 2013
3 min. de leitura
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Na última quinta-feira, especialistas do Curso de Engenharia de Pesca da UDESC e do Projeto Baleia Franca/Brasil (PBF) monitoraram uma baleia-franca acompanhada de filhote, avistada na Praia do Mar Grosso, em Laguna, que estava com um pedaço de rede preso na cabeça. A dupla foi avistada no local ao final da tarde de quarta-feira. Acionado o Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca/ICMBio, as equipes do PBF e da UDESC monitoraram o comportamento e deslocamento do animal para uma primeira avaliação da situação.

Karina Groch, Diretora de Pesquisa do PBF, aponta que foi possível constatar que, apesar da presença da rede, o animal aparentava não apresentar ferimentos, e não tinha seu deslocamento comprometido. Entretanto, a equipe verificou a necessidade de uma avaliação mais detalhada e, com apoio da Polícia Ambiental de Laguna, realizou um monitoramento embarcado durante a tarde.

Groch explicou que as baleias passam pelas redes de pesca, arrebentam o material, e um pedaço da rede fica preso nas calosidades características existentes na cabeça das baleias-franca. Neste caso, considerando o comportamento do animal, bem como o tipo de enredamento, não é necessário qualquer procedimento para retirada da rede, uma vez que elas acabam se desprendendo sozinhas. O procedimento para retirada de rede é arriscado e só deve ser realizado caso a baleia esteja comprometida, por profissionais capacitados para tal. A diretora do PBF explica que casos semelhantes já foram registrados e monitorados em outros anos, nos quais as redes saíram sozinhas, sem nenhuma intervenção.

O professor Pedro Castilho, da UDESC, afirma que a rede é pequena e está parcialmente presa na cabeça da baleia, movimentando-se conforme o deslocamento do animal. O filhote não apresenta indícios de presença de rede, e seu deslocamento ocorre independente da fêmea, indicando que a presença da rede não oferece risco à saúde do adulto, nem do filhote. O animal será monitorado nos próximos dias, para acompanhamento da situação.

As baleias-francas migram anualmente entre áreas de alimentação e reprodução. De julho a novembro a espécie vem para Santa Catarina para acasalar e procriar. O pico de ocorrência é em setembro, sendo que os últimos animais foram vistos em novembro. Em 2012, 107 baleias-franca foram registradas pelo Projeto Baleia Franca. A coordenação do Protocolo de Encalhes é formada pela APA da Baleia Franca e Centro Mamíferos Aquáticos (ICMBio), Projeto Baleia Franca/Brasil, Associação R3 Animal, UNESC, UDESC, Capitania dos Portos e Policia Ambiental que trabalham em parceria para o atendimento de encalhes na região da APA.

Cuidados

As baleias-francas são uma espécie ameaçada de extinção e protegida pela lei Federal 7643/1987. A Portaria IBAMA 117/1996 determina normas de aproximação e cuidados para evitar o molestamento.

Entre os cuidados para não molestar os animais (Portaria IBAMA 117/1996), estão:

• Respeitar as distâncias de aproximação embarcada (desligar ou colocar os motores em neutro a 100m);

• Nunca avançar bruscamente na direção das baleias;

• Nunca se aproximar por trás das baleias, nem interceptar o seu curso. Manter-se afastado em posição lateral;

• Não separar grupos de baleias ou mães de filhotes;

• Nunca religar os motores sem avistar claramente os animais na superfície;

• Não fazer ruídos desnecessários, nem jogar qualquer objeto na água;

• Não permanecer junto às baleias por mais de 30 minutos;

• Nunca nadar em direção às baleias. O risco de acidentes é grande.

Fonte: Diário Catarinense

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