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Morre pinguim encontrado na praia da Pituba, em Salvador (BA)

18 de julho de 2013
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Animal foi resgatado quase 4 horas após ser encontrado (Foto: Edilson Lima )
Animal foi resgatado quase 4 horas após ser encontrado (Foto: Edilson Lima )

Morreu na manhã desta quinta-feira, 18, o pinguim da espécie Magalhães que foi encontrado na praia da Pituba, próximo ao bairro de Amaralina, nesta quarta, 17.

O animal foi resgatado por uma equipe do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, e estava em um local reservado. Ele recebia tratamento junto com outro pinguim, que havia sido resgatado na orla de Madre de Deus no último sábado, 13, pelo Instituto de Mamíferos Aquáticos (IMA), e foi transferido na tarde desta quarta para o Cetas.

“Ele estava muito debilitado, abaixo do peso, com verminose, desidratado e desnutrido. Apesar de fazermos todo o protocolo necessário, ele não resistiu”, explica a médica veterinária Fernanda Libório, analista ambiental do Ibama e responsável técnica do Cetas.

No ano passado, o centro recebeu cerca de 140 pinguins, de acordo com Fernanda. Entretanto, a expectativa é que o número seja bem menor neste ano.

“Nós entramos em contato com um centro do Espírito Santo que trabalha com pinguins, e eles informaram que lá só chegaram seis animais. Como eles vêm do sul para o norte, provavelmente chegarão poucos aqui”, ressalta a médica veterinária.

Entenda

Moradores tentam manter o pinguim hidratado (Foto: Divulgação)
Moradores tentam manter o pinguim hidratado (Foto: Divulgação)

Um pinguim da espécie Magalhães apareceu na praia da Pituba, próximo ao bairro da Amaralina, nesta quarta-feira, 17. A atendente de loja, Potyra de Jesus, contou que estava caminhando na areia, por volta de 6h30, quando avistou o animal. “Eu desisti de andar para ajudar o pinguim, porque para mim é uma oportunidade única”, explica a jovem, que tenta manter a ave hidratada até ela ser resgatada.

O motorista Jelcnei Júnior conta que o animal estava com o bico enterrado na areia parecendo estar morto quando foi encontrado. “Achei que ele tinha morrido, peguei água e comecei a molhar. Então, ele reagiu, mas ainda está todo molinho, não anda, só fica olhando as pessoas”, conta o rapaz que também ajuda a ave.

O pinguim chamou a atenção de estudantes do Colégio Nossa Senhora da Luz, que faziam uma atividade na praia. A aluna Sueny de Oliveira, de 13 anos, aproveitou para fazer carinho no animal. “Fiquei encantada, mas triste porque ele está sofrendo”, afirma.

Socorro

Potyra e Jelcnei reclamaram da demora no atendimento. A Superintendência de Telecomunicações das Polícias (Stelecom) registrou a ocorrência às 6h37 e disse que encaminhou uma equipe da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), que não chegou na praia.

O recolhimento de pinguins é de responsabilidade do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. De acordo com funcionários do órgão, eles só foram informados da ocorrência, por volta de 9 horas, e enviaram uma equipe para o local, que chegou por volta de 10h15.

O técnico ambiental Jair Dias disse que, apesar do animal ter sido molhado por Potyra e Jelcnei, a ave está desidratada. “Ele aparenta fraqueza, até pela distância que deve ter percorrido e as asas tem lesões leves, possivelmente por ter batido em arrecifes”, explica.

Ocorrência

Outro pinguim foi resgatado na orla de Madre de Deus no último sábado, 13. De acordo com a bióloga e coordenadora dos Instituto Mamífero Aquáticos (IMA), Sheila Serra, o animal estava debilitado pelo deslocamento, mas passa bem. Ela disse que esse foi o primeiro pinguim a ser encontrado na orla de Salvador e Região Metropolitana (RMS).

De acordo com a bióloga, desde 2008, quando centenas de aves dessa espécie apareceram na orla baiana, o número de ocorrência reduziu. Sheila Serra diz que os pinguins chegam na praia depois de se perderem do bando quando saem para se alimentar. “Eles ficam vagando pelo oceano, parando em diversos lugares. Quando eles estão dentro d’água, nadando tranquilo, não recomendamos que seja retirado. Só resgatamos, quando estão na areia, em situação de prostação”, explica a bióloga.

Fonte: A Tarde

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