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Briga pelo fim de carruagens puxadas por cavalos continua em Nova York

12 de julho de 2013
5 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Buck Ennis
Foto: Buck Ennis

A cena é comum: carruagens puxadas por cavalos formam uma fila no Central Park South à tarde. Os cavalos comem grãos em baldes, enquanto os motoristas cochilam em suas carruagens, mantendo o brilho do sol fora de seus olhos.

Em um dia ensolarado, a indústria de transportes a cavalo parece inexpugnável. Turistas desembolsam 50 dólares para um passeio de 20 minutos, ou 130 dólares para um trotar de uma hora no Central Park. Os cavalos têm boa aparência. Os controladores, membros de um sindicato, se orgulham de seu status de guias turísticos.

“Somos tão icônicos como o Empire State Building”, disse o motorista Ian McKeever, que é dono de quatro medalhas de condutor de cavalos e trabalha na área há 27 anos. Na verdade, os carros puxados por cavalos do Central Park desde meados do século 20, têm sido destaque em programas de televisão de Nova York, como o Sex and the City, Seinfeld e 30 Rock.

Mas, com a administração Bloomberg chegando ao fim, os donos de estábulos ​​e motoristas veem a sua indústria em risco. Vários candidatos a prefeito apoiam a proibição da indústria alegando que os 182 cavalos de carruagem registrados na cidade são tratados de forma desumana. A pressão política está sendo alimentada por organizações de direitos dos animais nova-iorquinas e sobretudo pela NYCLASS, uma ONG que apoia a candidatura de Christine Quinn a presidente da Câmara. As informações são do Crains New York.

A proibição de carruagens puxadas por cavalos tem sido pauta de disputa eleitoral, conforme publicado recentemente pela Anda.

Um porta-voz para a campanha de Quinn respondeu: “Embora ela não concorde explicitamente com a proibição das carruagens, a Sra. Quinn tem um forte histórico em luta pelos direitos dos animais, incluindo a expansão do financiamento para programas de castração, a revisão de taxas de licenciamento, o aumento de medidas de segurança para canis e leis que possam reprimir o abuso de animais “.

Motoristas de carruagens e proprietários de estábulos, entretanto, abriram sua indústria para os políticos e para a imprensa, para provar que as acusações contra eles são infundadas.

A NYCLASS tem feito uma campanha contra os cavalos em carruagens, que vivem em torno de carros pelas ruas da cidade. O cavalo que se assustou e irrompeu em meio ao tráfego ajudou a incentivar a campanha para proibir os passeios.

Os cavalos explorados em carruagens têm um mínimo de cinco semanas de férias a cada ano. Muitos são enviados para os campos da Pensilvânia para o lazer, muitas vezes, por três meses.

Ainda assim, os ativistas de direitos animais afirmam que esse não é o tipo de descanso de que os cavalos necessitam. “Qualquer pessoa que sabe alguma coisa sobre cavalos, deve saber que os cavalos de carruagem não precisam de três meses de férias consecutivos”, disse Aliie Feldman, diretora executiva da NYCLASS. “Eles precisam de afluência diária, viver livres, e não ter um regime de trabalho diário”, acrescentou Feldman.

Mais uma vez, a indústria de carruagens discorda. E a oposição se mantém na defensiva, com o apoio de um dos candidatos a prefeito, embora alguns outros políticos como os democratas Bill de Blasio, Bill Thompson e o republicano Joseph Lhota tenham se comprometido a banir a indústria. O democrata Anthony Weiner ainda não declarou uma posição, mas “quando estava no Congresso, ele teve um excelente histórico na proteção animal”, disse Feldman, que também declarou estar confiante de que, se Quinn for eleita, eles irão finalmente conseguir tirar estes cavalos das ruas.

A NYCLASS quer que as carruagens puxadas por cavalos sejam substituídas por carros elétricos vintage. Um projeto de lei municipal nesse sentido falhou em 2010, mas agora o grupo está construindo um protótipo de veículo com oito assentos, e defendendo um programa piloto para ser lançado na Primavera. Um estudo conduzido pela NYCLASS com a HR & A Consultores afirma que os carros irão trazer 33 milhões de dólares em receita anual, e os motoristas de carruagens serão contratados para dirigi-los, tendo assim garantia de emprego. O mesmo estudo estimou que os passeios de cavalo trazem receita anual de 19 milhões de dólares.

Os ativistas dizem que 32 vereadores são a favor do piloto, mas não Quinn, cujo apoio é necessário para trazer o programa para votação.

Independentemente disso, o grupo acredita que se tornou uma força política, conquistando tantos títulos que agora é encorajado a assumir mais causas. “No ano passado, nós tomamos a decisão de trabalhar em outras questões animais porque descobrimos que temos habilidade em organização”, disse Feldman.

A NYCLASS ajudou a aprovar um projeto de lei em Albany contra fábricas de filhotes e está trabalhando em um projeto de lei de habitação local para capacitar os inquilinos a permanecerem com animais domésticos. O grupo também está tentando reformar o sistema de abrigos da cidade, e a banir a venda de animais em pet shops, bem como a exploração de animais em circos.

Nota da Redação: É um absurdo que o porta-voz da candidata Christine Quinn diga que ela é entusiasta dos direitos animais, mas não concorda com a proibição das carroças. Que direitos ela quer para eles então? Sombra e férias? A verdadeira libertação destes animais seria aposentá-los imediatamente e encaminhá-los para locais seguros e adequados onde pudessem passar o resto de suas vidas sem serem obrigados a prestar um serviço que em nada os beneficia.

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