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Técnica de datação do marfim pode ajudar a combater caça de elefantes

2 de julho de 2013
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Marfim apreendido em março deste ano no Aeroporto de Bangcoc, na Tailândia. Caça de elefantes ameaça diversas espécies (Foto: Sukree Sukplang/Reuters)
Marfim apreendido em março deste ano no Aeroporto de Bangcoc, na Tailândia. Caça de elefantes ameaça diversas espécies (Foto: Sukree Sukplang/Reuters)

Pesquisadores especializados em tráfico de animais anunciaram o desenvolvimento de uma nova técnica que utiliza o carbono-14 para determinar a idade do marfim, uma ferramenta que será ideal para detectar peças e combater crimes ambientais. O estudo foi apresentado nesta segunda-feira (1) na revista da Academia Americana de Ciências, a “PNAS”.

No teste de datação do carbono, analisa-se o desaparecimento gradual dessa forma radioativa e instável de carbono. O carbono-14 é absorvido por todos os seres vivos durante seu metabolismo. Quando morrem, todos os seres possuem uma proporção parecida de carbono-14 em suas moléculas, e essa proporção decai a uma taxa fixa ao longo do tempo. Com isso, a idade de qualquer amostra de matéria orgânica pode ser estimada.

De acordo com Kevin Uno, autor da pesquisa, o novo método foi criado para determinar com precisão a idade de um objeto ou presa de marfim. Ao custo de US$ 500, ele será acessível aos governos e agências especializadas, que devem ajudar a parar com a caça de animais, explicou o cientista.

A ferramenta foi testada em amostras de 29 animais, incluindo presas de elefante, dentes de hipopótamo e até cabelos de macaco. Essas amostras foram recolhidas entre 1905 e 2008. Dentes, chifres ou cabelos que eram do mesmo período tinham a mesma quantidade de carbono-14, ou seja, eram de um período mais recente. Já os materiais mais antigos, obtidos a partir de animais mortos entre 1905 e 1953, contêm menos carbono-14.

Combate ao crime

O principal objetivo do teste é verificar se os produtos comercializados sejam originados de datas posteriores a 1975 e 1989, anos em que foram realizados marcos regulatórios que proíbem a caça e extração de marfim de elefantes-africanos e elefantes-asiáticos, respectivamente.

Por conta disto, quaisquer peças em oferta no mercado que, ao passarem pela datação de carbono-14, mostrarem ter origem recente — após as datas referidas — serão consideradas produtos oriundos de crimes ambientais.

De acordo com especialistas, existem atualmente no mundo uma população de 470 mil elefantes-africanos, espécie considerada vulnerável, enquanto que a de elefantes asiáticos, ameaçada de extinção, é de 30 mil. Cerca de 70% do marfim contrabandeado é vendido para a China. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado consumidor deste produto.

Fonte: G1

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